sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

BULDOZER ENTREVISTA LAURO MONTANA




Lauro Montana é um dos nossos amigos mais antigos e uma das figuras mais conhecidas da cena underground brasiliense. O rapaz é bem famoso por animar festas indies (arghhhh!) sob a alcunha de DJ Montana e por ter aprontado de tudo nessa vida: já foi metaleiro, punk, gótico, clubber, rapper, panfleteiro, segurança de festa gay, etc. Hoje em dia ele se contenta em ser apenas um loser (com estilo). Como ele se tornou uma celebridade, devido a sua atuação em Sequestramos Augusto César (leia crítica aqui), resolvemos fazer uma entrevista com ele. As perguntas foram elaboradas por mim e pelo Léo e enviadas por e-mail. Como ele é nosso amigo, decidimos pegar leve nas perguntas:

Legenda para ignorantes:
B- Buldozer
LM- Lauro Montana

B: Você deu a bunda para alguém da produção de Sequestramos Augusto César, para se tornar protagonista do filme? Quem foi o demente que acreditou na sua capacidade de atuação?

LM: Pra produção não, não dou minha bunda pra pobre, nem mesmo para o Guilherme, que me pareceu bem apessoado e higiênico. Aliás, não foram poucos os imbecis qua acreditam que eu sou um ator nato, o que me faz crer que em meio a minha "picaretagem" eu mando bem.

B: Além de bater o carro da produção, qual foi a outra merda que você fez? Por acaso você deu em cima da maquiadora?

LM: O carro não foi minha culpa, um imbecil deixou um carro parado perto de uma descida bem íngrime e o Monza, por estar em péssimo estado não tinha tração o suficiente para subir o carro, logo este desceu e deu um "totózinho" no carro do imbecil. Este por sua vez quase teve um filho e mostrou que faz jus a sua imbecilidade, mas tudo correu bem. No caso das meninas (e meninos) da produção, por incrível que pareça levei toco de quase toda a produção, só o Guilherme deu mole pra mim, creio que pelo fato de não ter recebido cachê, ele resolveu me pagar em "espécie".

B: Qual a sensação de ter se tornado uma celebridade que não come mulher alguma?

LM: É um preço que se paga pela fama (pelo menos no meu caso), as compensações são imediatas e intransferíveis, ou seja, se for pra eu ser famoso eu não como ninguém, tipo o Morrissey, saca?

B: Você se inspirou no Mussum para interpretar Marcão?

LM: Sem sombra de dúvidas! O Mumú é da fonte que eu mais bebo (ou chupo) para minha verve artística, claro que eu bebo bem menos (no que se refere à cachaça), mas um dia eu chego lá (no caixão é claro).

B: Guilherme Campos, em off, nos disse que você foi o encarregado de chupar o dono do barraco no Varjão para consegui-lo emprestado para as filmagens. Nos fale mais sobre isso.

LM: Olha aqui, o único cara que eu chupei foi o Gui! Essa parte "técnica" ficou por parte da produção, aliás o Guilherme conta com um vasto time de mulheres ruivas estudantes de Comunicação encarregadas para essa tarefa.

B: A arma que você empunhou durante as filmagens era real? Estava carregada? Estava destravada? Enfim, você foi ou não imbecil o suficiente para acertar um tiro em alguém? Onde desovaram o cadáver?

LM: Até hoje não consigo entender como é que a polícia me emprestou suas armas, mas eles por sua vez, fizeram questão de conferí-las para ver se não estavam carregadas antes de passá-las para mim. E claro, ficaram no meu pé durante toda a filmagem. Devo ter levado uns 20 baculejos antes deles irem embora, pra terem certeza de que eu não ia dar um balão numa delas. Mas consegui mocar uma bala de calibre 12 no meu cu, souvenir, saca?

B:Como foi recebido no meio indie a notícia que você estava estrelando um filme? Te chamaram de traidor do movimento (seja lá que porra de movimento for esse)? Ou pelo contrário, aumentou a quantidade de rapazinhos magrelos e pálidos com a blusa dos Strokes querendo ir para a cama contigo?

LM: Acho que nem sacaram, deviam estar bastante ocupados concedendo entrevistas e os seus respectivos ânus para a família Tubá [nota: Tubá é o mané responsável pelo fanzine indie Tupanzine, que, por sinal, já nos entrevistou].

B: Além do meio indie, agora você também faz parte do glamouroso mundo dos artistas de cinema. O que falta agora para você virar artista de vez? Vai fazer vestibular para Publicidade ou Arquitetura? Um curso de cabelereiro no SENAC?

LM: Estou terminando o curso de cabelereiro e estagiando no salão do Carlinhos Beauty. Publicidade? Arquitetura? Isso é pra bichas!!!

B: Soubemos que estão rolando propostas para você participar do novo pornô do Alexandre Frota e para você se tornar figurante do programa A Praça é Nossa. Como estão as negociações?

LM: É verdade, vou fazer uma ponta no pôrno gay do Frota que vai se chamar Torpedos afundando o Frota. Me chamaram inicialmente para ser dublê-de-cu nesta película, mas não topei em visto que o Frota não gosta de usar camisinha e é meio violento na cama (o cara geralmente aplica golpes violentos de jiu Jítsu com quem contracena), mas a ponta (do meu pau) já está garantida. Quanto ao Praça é Nossa me chamaram pra ser a nova versão da velha surda, mas como acho esse papel meio pederasta, não topei.

B: Você seria capaz de qualquer coisa em troca de dinheiro e fama? Ficaria nu em um filme, em nome da arte?

LM: Já fico nu de graça (sou naturista), o que vier é lucro, qualquer buraco tô dentro e qualquer falo pode botar que eu traço todos(as). Arte é pra bichas!