quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Algumas observações sobre o Segundo Encontro de Blogueiros do DF



O encontro, que aconteceu sexta-feira passada, não foi tão legal quanto esperávamos, porque sua justificativa (como se a gente precisasse de motivo para beber... ) era fazer o “bota-fora” da Dani. Ela estava com viagem marcada para a Polônia e íamos comemorar isso da única forma que poderíamos para homenageá-la: bebendo. Só que a Dani não foi.

- Ela furou?!

Não, amigo, ela não furou. O que houve foi que ela sofreu um belo acidente: tropeçou e caiu depois de ter bebido muito(segundo ela), ou foi derrubada por um imbecil de Q.I. -20 que, bêbado, teve a bela idéia de pegá-la no colo (segundo a Thaís). Seja lá o que tiver acontecido, ela deu de cara no chão e arrebentou com o maxilar, e teve uma aventura no HRAN que é uma história à parte, contada no QueroVodka. Por isso não pôde ir, e o clima na mesa era sempre um pouco “pô, pena que a Dani não está aqui”. Claro, alguns de nós só a havíamos conhecido no primeiro encontro de blogueiros e a visto unicamente naquele dia (meu caso). Mesmo assim, não deu para evitar de ficar chateado pelo que aconteceu, ainda mais por que aquela seria a “festa dela” e porque ninguém tão bacana e bem-humorada merece uma “sorte” tão escrota.

Quanto ao encontro em si, compareceram, que eu me lembro bem (minha memória Lenny): Thaís (A Princesa de Paus), sua mãe ( a Rainha de Copas), seu irmão (o cara do cabelo verde), Marcus Valério, Mayra (MilkShalke), Palova (Metralhadora Descontrolada), Moskão, o Rafa e a Rosália dos Perturbados, uns dois caras que não lembro o nome, meus amigos Samir e Vanessa, e, é claro, toda a trupe daqui do Buldozer. Foi um encontro muito mais escroto e bem-humorado que o primeiro. As pessoas já se conheciam, na maioria, e puderam trocar suas idéias mórbidas com mais desenvoltura. O fato da mesa estar arrumada meio que de forma longitudinal atrapalhou um pouquinho o intercâmbio, mas nego tentou ficar trocando de cadeira de vez em quando, e tudo acabou bem.

- Bem?! Com essa mistura explosiva de gente estranha num bar, tudo acabou bem mesmo?!

Pode acreditar, tudo correu bem. Como prometido, aí vão algumas das minhas particulares observações:

1 - QUANTO À QUESTÃO DO TARÔ COLETIVO:

Lá pelas tantas, a Thaís, que tinha levado seu Tarot de Toth e uma toalha, se ofereceu para fazer leituras para a galera. O Reinaldo perguntou se ela iria fazer uma leitura coletiva. Ela respodeu que “não existe tarot coletivo”, e, juntamente com a mãe e a Mayra, começaram a rir e escarnecer do cara: “TAROT COLETIVO HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH NÃO EXISTE ISSO CARA HAHAHAHAHAHAHAHAHA...”...eu e o Reinaldo já participamos várias vezes de leituras coletivas de tarot, e assim, ele só me olhou com seu famoso olhar de desdém, ao que eu respondi:

- Relaxa, cara. A menina só precisa estudar um pouco mais.

Reinaldo deu uma risada discreta e perguntou mais uma vez se tal modalidade de leitura não existia, e ela respondeu novamente “NÃO!”. Reinaldo explicou pacientemente que já participamos desse tipo de leitura. Resolvi me meter, com minha tradicional delicadeza:

- Tipo, Thaís, existe sim, sacou? “There is”, entende?
- Ah, pô, sei lá, deve ficar muito confuso...
- Não é confuso, é perfeitamente simples. E...

Então fui interrompido por uma explicação sobre como cada pessoa tinha seu jeito particular de interpretar a forma de jogar o Tarot, de acordo com suas personalidades e inclinações, e que tudo e´relativo e blábláblábláblá.... claro, é uma forma de não admitir que simplesmente não conhecia tal tipo de leitura, no que não existe qualquer problema. Ninguém é obrigado a saber tudo, até porque é impossível. Por outro lado, para todos vale a máxima: sacaneie a turma do Buldozer à vontade, mas ao fazê-lo lembre-se sempre que debaixo da crosta dos toscos pode haver surpresas que vocês não imaginam, certo?

Para evitar novos mal-entendidos, a BULDOZER CONSULTING LTD. resolveu abrir um "parênteses" nesse post e oferecer uma singela consultoria a todos os seus leitores, e em especial àqueles que baseiam a temática dos seus blogs em cartas de Tarot, publicando o...

GUIA PRÁTICO BULDOZER “ FOR DUMMIES”:
COMO FAZER LEITURAS DE TAROT PARA GRUPOS

Introdução:

Essa é uma forma de leitura admiravelmente simples e organizada, que pode ser usada para agilizar leituras de tarot em grupos grandes.

Passo-a-Passo:

- Disponha o grupo em um círculo, e peça a cada um para mentalizar uma pergunta, se quiser;
- Pegue dois baralhos de Tarot (não os misture);
- Peça para dois membros do os grupo embaralharem;
- Peça para dois membros do grupo os cortarem;
- Disponha os baralhos no centro do círculo;
- Peça para os membros do grupo, um de cada vez, em sentido horário, escolherem livremente uma carta: ela diz respeito ao passado recente da pessoa;
- Repita o procedimento; a carta em questão será a do presente;
- Repita o procedimento; a carta em questão será a do futuro recente;
- A leitura será feita da forma tradicional, no sentido horário, relativas primeiramente às três cartas tiradas por cada pessoa;
- Os jogos dos membros do grupo se interligam, de forma tal que
- A última carta da leitura do primeiro fulano, que diz respeito ao seu futuro recente, também dirá sobre o passado mais distante do segundo;
- A primeira carta do segundo fulano, que diz respeito ao seu passado recente, se refere também ao futuro distante do primeiro.

Dessa forma, a leitura será feita de forma contínua do primeiro ao último membro do grupo. Observações:
1)Aquele que está interpretando o jogo pode participar do mesmo;
2)O jogo poderá ser feito apenas com os arcanos maiores ou com os baralhos completos, de acordo com a vontade e a habilidade que quem estiver lendo a sorte dos consulentes;
3) Qualquer dúvida, teremos prazer em desenhar um esquema num guardanapo, no próximo encontro de blogueiros.

Esse guia foi redigido com base nas experiências que já tivemos não como praticantes do Tarot (não o somos), mas como participantes em jogos de Tarot dessa natureza.


Voltando ao tema inicial, após esse breve interlúdio:

2 – QUANTO AO LOCAL:

O Melting Lounge é um lugar bonitinho, com boa música e careiro, daquele tipo bom para levar uma menina (no começo do namoro). Só são engraçadas suas mesas: enquanto todo o bar tem cara de novo, as mesas e cadeiras parecem ter sido compradas daquele hotel à beira do lago que pegou fogo uns trinta anos atrás, como sobra de incêndio. Não fariam diferença no Botequim ou no Canoeiro, claro, mas em um lugar como aquele destoa do aspecto de novidade de lá. Só ficou a impressão de que o caixa gazetou umas aulas no primário, pois parece sofrer de um problema sério de leitura e de matemática, em especial em relação às operações de adição e leituras de comanda, como veremos mais a frente.

2 – QUANTO AOS PERTURBADOS:

Fizemos, de vez, as pazes com eles. Esclareceram que, no primeiro encontro de blogueiros, pagaram aquilo que o garçom lhes informou ser seu gasto, e que, se algum problema houve, foi culpa do próprio Marietta Café. De qualquer forma, fizeram suas próprias contas na ocasião e estão certos de terem pago o que deviam à mesa. Além disso, ninguém me sacaneou de graça dessa vez, e eu retribuí o favor, o que pretendo continuar fazendo até a turma estar entrosada o suficiente para se sacanear de graça à vontade.

3 – QUANTO À CONTA:

O sistema de comanda por mesa funcionou admiravelmente bem. Quando o cara do caixa do Melting expressou sua inaptidão para operações de soma e leitura de comandas, e acrescentou elementos não consumidos em duas das quatro contas, foi fácil identificar os elementos alienígenas e retirá-los. Além disso, a administração da conta por grupos pequenos é mais fácil, e gosto de acreditar que o receio de levar pipocos da turma aqui do Buldozer também possa ter inibido possíveis gracinhas de quem quer que seja, quem sabe? De qualquer modo, o fato é que essa etapa foi vencida sem maiores transtornos. Pretendemos, contudo e da próxima vez, procurar um outro local, de preferência um em que o operador de caixa relembre os conteúdos básicos do primeiro grau, tão úteis na vida cotidiana.

No balanço final, o encontro foi ótimo. Ficamos lá conversando até uma e tantas da matina (para se ter uma idéia, o primeiro encontro terminou antes das onze, e tinha mais gente). Após isso, eu, Reinaldo, Demetrius e Vanessa ainda viemos aqui para o meu apê continuar falando merda. Convidamos o resto da turma de blogueiros, mas eles não vieram:

- ...hã, não, obrigado! Até a próxima!

Acho que ficaram impressionados porque ficamos dizendo a noite inteira que iríamos todos comer o Daniel com a namorada dele assistindo. O temor deles era infundado, é claro, porque como o Daniel não veio (para dar uma de macho poser com a namorada) e a Vanessa não curte esses lances homórbidos, ficamos só mesmo batendo papo e tomando água com gás até umas três da manhã. Quando a Vanessa foi embora, o Reinaldo e o Demetrius saíram juntinhos de carro e todos foram para casa felizes.

Está combinado que o próximo encontro será um churrasco na casa da Mayra, no Lago Norte. Já estamos lá!