terça-feira, 16 de setembro de 2003

As aventuras de Lauro Montana

Recebi por e-mail um pedido do senhor Lauro (vulgo Yakon Zangief) para que eu postasse por aqui um texto seu, relatando um fato bizarro (para variar) ocorrido com ele nessa ultima sexta (12/9). O cara até me pediu para dar uma corrigida nos erros de português e desse uns ajustes, mas so digo uma coisa: foda-se! Quem mandou ser alfabetizado pela avó amazonense? Vou postar do jeitinho que recebi, tô nem aí. Quem não entender o "amazonês" do rapaz, peça tradução diretamente para ele. (Reinaldo, o Bruto)

Cartas do Front;

Resolvi aproveitar a oportunidade e postar algumas coisas relativas a mim, bom como eu trabalho na noite dessa cidade (de dia tb mas nada muito relevante) , conheço um número rasoável de pessoas, e sou (de certa forma) expectador e às vezes protagonista de algumas situações inusitadas (ou bizarras) achei q seria interessante relatá-las;

Sexta Feira 12/09 - Festa no Clube Monte Líbano;

Trabalhei na portaria da festa, (como porteiro é óbvio), festinha de música eletrônica, um pusta saco, modelinhos anoréxicas com roupas e cabelos policromáticos, muita droga e merda na cabeça tb, nenhuma novidade, ñ lotou, por que será? talvez porque era num lugar escrotamente mocado fazia bem jus ao nome, um clube tipicamente libanês só faltaram as marcas de bala nas paredes, e o produtor ñ se deu ao trabalho de colocar um mapinha no flyer, q aliás ñ foram bem divulgados, acho q ele ñ estava muito preocupado em ganhar algum, bem fiquei plantado lá na portaria das 23 ás 5 da manhã, fora alguns gatos pingados que queriam entrar de graça o único stresse foi a vaca q produz ou manda no Bsb Mix (uma feirinha pseudo-alternativa com preços nada alternativos, mas muita mulher gostosa e burra (a vida tem essas compensações), mas voltando ao assunto a escrota tava bebum e dizia q era a dona da festa e ñ pagariaporra nenhuma para entrar e eu ñ a liberaria (nessa ordem) disse, seu humor oscilava entre a simpatia, a depressão e arrogância (ñ me pergunte como), o bate-boca durou até q a dona falou:

Dona [voz de bebâda , estado arrogante-depressiva] - Se vc ñ me liberar eu passo por cima de vc e entro com tudo!(obs: eu tinha me esquecido de dizer que ela estava numa pick-up mitsubish amarela , ñ era das melhores, mas o suficiente pra me mandar pro saco, e caracterizar uma morte bem ridícula).
Eu [ voz tensa e rápida, do tipo q estava esperando alguma merda acontecer]- Fecha o portão pessoal...

Bom ñ tive tempo de terminar a frase, pois a puta tinha arrancado e eu tive de pular para fora do caminho da pick-up com cor de vômito, os dois seguranças se pregaram no portão para ñ virarem patê tb, daí rolou o trivial, mandei os caras catarem a vaca e namoradinho dela (perdão esqueci desse detalhe tb)pra fora , como ñ podia sair da porta, então tive de esperar a volta dos caras, enquanto isso, uma das testemunhas, uns moleques meio malas q tavam me alugando há horas para eu liberá-los propuseram o seguinte;

Moleque [voz de mala]- Aí véi , libera a gente , q a gente dá um sacode nela!
Eu [voz um tanto indiferente tava me conferindo pra ver se estava tudo no lugar] - Valeu, mas ñ obrigado!

Enfim, depois de alguns minutos os dois seguranças voltam (sem a vaca e o namorado), perguntei;
Eu [meio puto e estupefato] - Cadê a piranha?
Eles [caras de bunda e frunstrados] - O promoter deu um pagante nela e depois a liberou.
Legal pensar q o cara q te contrata está preocupado com o seu bem-estar. Fiquei na porta até ás 4:30 am e depois desci até a pista de dança, ñ topei com a louca, (ainda bem), repassei a grana das entradas pro promoter, ele me pagou (50 R$) é o que vale ficar cinco horas aguentando, xaropes dos mais diversos e quase ser atropelado por uma pick-up cor de vômito guiada por uma vaca bebâda louca maníaco-depressiva.

Devia ter estudado mais, e feito engenharia civil e ñ história.
Por Yakon Zanguief