sexta-feira, 1 de julho de 2005

CIDADE ESTRUTURAL - rolou "revolts" !





Texto enviado por Cida, my love


Pode parecer um paradoxo, mas amo a Estrutural e odeio a Estrutural. Odeio o que aquilo representa: um feudo insano de um maníaco por votos. Os caras invadem terras públicas, destroem o meio ambiente, poluem o lençol freático do Parque Nacional de Brasília – conhecido como Água Mineral – e ainda acham que têm o direito de ter rede de energia elétrica, telefone, passarela de pedestre, hospital, escolas etc.

O safado do Roriz e os amigos dele deixaram que seus eleitores e cabos eleitorais invadissem a margem da Estrutural que faz divisa com o Parque ecológico da Água Mineral e construíssem lá uma enorme favela. A BR Estrutural, de onde, antes, tinha-se uma vista bonita do Plano Piloto, com uma área verde à esquerda (sentido de quem vai de Taguatinga para o Plano) e chácaras com plantações à Direita, hoje tem, de um lado, uma favela monstruosa, que alguns têm a coragem, a petulância ou a imprudência de chamar de Cidade Estrutural. Do outro, há mais uma invasão rorizista: a da ex-colônia agrícola Vicente Pires, que tem casas maiores e melhores, mas que não deixa de ser invasão e usurpação de terras públicas, para não falar em roubo.

Na época em que o Cristóvão Buarque foi governador, ele tentou retirar algumas invasões dessas, especialmente as que se localizam em reservas ambientais ou que estão próximas a elas. Caso da Estrutural. A intenção era levar aqueles que quisessem para cidades satélites, nas quais poderiam construir sua casa. Poucos foram e o problema foi ao máximo. Os funcionários encarregados de derrubar tudo foram lá com a polícia, mas os invasores se jogaram contra eles e provocaram um combate que foi quase uma guerra. Eles não querem sair porque o local é próximo do Cruzeiro, do Guará e do Plano Piloto. “Uma boa localização, não queremos ir pra longe”: ouvi de um deles no DF TV. A ignorância imperou e os dementes continuaram instalados lá. Essa subespécie é assim: não entende, não quer entender e detesta quem entende. Ficou por isso mesmo. E não pensem que digo isso por preconceito de ordem social: há ricos entre esses mentecaptos e por trás deles.

Nunca se sabe quando eles vão invadir a BR Estrutural, que eu adoro, por que é uma estrada aqui do DF em que ainda se pode trafegar a 80 Km por hora ou mais – os pardais são de 80Km/hora, mas há locais em que não há esses monstros –, em que não há semáforos ou cruzamentos. Isso, pra quem mora em Brasília é o máximo, já que o trânsito aqui parece estar se tornando tudo aquilo que nós mais tememos: engarrafado em todas e quaisquer vias.

Hoje em dia, a favela cresce a cada dia mais e cogita-se a possibilidade de aumentar a reserva ambiental do Parque Nacional de Brasília. Enquanto isso não ocorre, quando se trafega na Estrutural, só abstraindo muito para enxergar Brasília entre poeira, lixo e detritos. É isto o que eu tenho buscado fazer: abstrair. Quando passo por lá, especialmente a noite, ainda entrevejo Brasília no meio da miséria à sua volta. Mas quando aqueles espécimes bestializados resolvem invadir a rodovia, nada os segura.

De vez em quando, sem aviso nenhum, eles invadem as pistas da BR Estrutural nos horários de tráfego mais intenso. Motivo: fazer reivindicações. Já soube de vezes em que eles quebraram carros, amassaram, jogaram pedras e paus nos veículos e em seus motoristas. Aquilo lá vira um inferno. Eles também costumam queimar madeira e pneus no meio da estrada. Algo parecido aconteceu na sexta-feira passada. Fiquei cerca de uma hora parada na Estrutural. A polícia foi até lá, mas a defesa civil também foi para não permitir que a polícia tomasse as devidas atitudes. Uma grávida e seus comparsas se sentaram no meio da pista para não permitir o trânsito.

É claro que acho que as pessoas têm o direito de se manifestar, mas, nesse caso, não são pessoas: são uns animais – no mau sentido – que não dão a mínima para as pessoas que trabalham e que precisam transitar por aquela via. São invasores de terras que são públicas, ou seja, que pertencem a todos nós. São, então, ladrões e estão nos roubando. São poluidores de uma água que já foi cristalina e que todos podiam ir pegar na Água Mineral para beber. Nesse parque também há uma piscina onde corre essa água e na qual muita gente nada, inclusive crianças: eles não pensaram nisso. Não pensaram, porque não pensam, são bestas. Não são coitados não. São tipos que querem se dar bem às custas do governo e das outras pessoas. Até a polícia tem medo de entrar naquele antro à noite.

Pra mim, esse tipo não tem direitos civis, aliás, não tem direito nenhum: não respeitam os outros, não têm de ser respeitados.