sábado, 3 de janeiro de 2004

REVEILLON BULDOZER- Parte 2




Antes de prosseguir contando sobre o divertidíssimo Reveillon dos manés desse blog, gostaria de contar algo que o Léo esqueceu de mencionar: eu comecei o ano com o pé na merda. Literalmente. Sujei os dois pés em merda de cavalo na Esplanada, em plena virada de ano! Um presentinho de ano novo dos cavalos da Polícia Montada do DF para mim. Fantástico! Vai ver isso era um aviso divino para eu voltar logo para casa, ou um recado de que o meu Reveillon não seria muito melhor do que aquela comemoração tosca da Esplanada. Mas não...resolvi ser corajoso e persistente. Convenci o Leo e o Demetrius para sairmos da Esplanada e irmos para uma festa techno no Park way, que estava "prometendo". A festinha era organizada pela galera do site Candangroove (clique aqui para acessar). Meus argumentos para convencê-los foram estes:

1) A nossa amiga Mary estaria lá com uma turma de amigas.

2) A possibilidade de comer mulher eram maiores na festa techno do que na merda da Esplanada (esse argumento não serviu para o Demetrius, pois o moço já está compromissado).

3) Ouvir techno era melhor do que ouvir aquelas músicas pedras do show da Esplanada.

4) Apesar de custar 35 paus para entrar, era a festa de Reveillon mais barata que estava rolando nas redondezas.

Não demorou muito e fomos para o Park Way, com a esperança de sacolejar os nossos molúsculos rodeados de clubbers taradas. Chegando na entrada, o Léo já solta um comentário brochante:

- Caralho, só tem macho!

Olhei ao redor e vi que o Leo tinha uma certa razão. Mas eu tinha esperanças no coração. Virei para o gordinho e falei "Relaxa cara, la dentro deve estar massa". Chegamos na bilheteria e lá estava o Lauro (vulgo Yakon Zanguief) trabalhando. Claro que eu tinha que zoar:

- Aê tio, libera a entrada pra gente aí!
- [cara de sem graça] Pô galera, nem rola, estou só no caixa, sabe...
- EU SEI IDIOTA! Pega logo a porra dessa grana...hahaha. Mas e aí, ta prestando a festinha?
- Ah bicho, entrou muita mulher. Muita gata!

Esse com certeza foi o enésimo vacilo da noite: acreditamos no Lauro. Cada um tirou 35 reais da carteira (tive ajuda de custos do Demetrius, mas da vontade de chorar mesmo assim!) e entramos. Ao entrar dei aquela espiada básica no local. Eram 3 ambientes, e em cada um rolava um estilo de música eletrônica diferente. Como o local era imenso, você tinha a falsa impressão de que a festa estava muito vazia. Nenhum dos ambientes chegou a lotar, o que acentuava essa impressão. O número de clubbers em roupas ridículas estava equilibrado com o de pats'n plays desorientados no recinto. A viadagem estava comendo solta, assim como as sapatas se catando pelos cantos. Mas enfim...rodamos os 3 ambientes até que ficamos em um que estava rolando electro. Era o ambiente com o som menos chato. Ficamos la dançando até que reparamos uma menina que se destacava do resto. Ela usava mini-saia jeans, uma mochilinha de couro nas costas e uma camisa branca colada. O que mais chamava a atenção é que a menina estava perambulando sozinha pela festa, e toda vez que ficava dançando ficava olhando em todas as direções como se procurasse alguma coisa. "Essa guria quer pica...", pensei. Uma hora ela saiu do ambiente electro e eu a segui sozinho, com péssimas intenções na cabeça. Ela foi comprar cerveja e acabou indo dançar no ambiente maior. Cheguei bem pertinho e comecei a dançar do lado dela, preparando o bote. Foi só olhar para a minha cara que ela saiu de perto rapidamente. Ganhei mais um toco em meu score! Mas tudo bem, ainda era cedo.

Voltei para o ambiente electro, onde estavam Leo e Demetrius. O som estava bem bacana, mas o chato mesmo era a falta de mulher na pista. Quando me refiro a mulher, me refiro aos seres do sexo feminino que não gostem de se atracar com outros seres do mesmo sexo. Mas festa techno tem dessas coisas. La pelas tantas, eu viro pro Leo e digo:

- Porra, esse som ta massa né?
- É mesmo, melhor que nos outros ambientes!

Foi so o Leo acabar de dizer isso que a caixa de som estoura. "Tô com sorte hoje", pensei com meus botões. Saímos do ambiente electro e o Leo aproveitou para comprar água. A água era caríssima (2 reais a garrafinha!), juntamente com as outras bebidas, o que ajudou a deixar o Leo mais puto. Comprada a água, fomos para o ambiente maior, onda rolava um som chato para caralho. Como não tinha nada melhor pra fazer, ficamos lá dançando que nem mané, olhando um para a cara do outro. Tive que aturar dois marombeiros se agarrando no meio da pista e um monte de clubber gatinha que ja tinha namorado. "Merda, merda, merda...", pensava sem parar. Pelas 4 da madruga, Demetrius reclama de dores no joelho e vai se sentar. Ficam somente eu e Leo na pista. De repente, chegam um grupo de meninas bem pirralhas na pista, e começam a dançar do nosso lado. As meninas deveriam ter entre 14 e 16 anos. Uma em especial me chamou a atenção: loirinha, baixinha, uma bundinha gostosinha e uma marquinha de biquini que ficava a mostra na sua camiseta regata. Hmmmmm...fiquei dançando pertinho e fiquei me preparando para o ataque pedófilo. E antes que alguém me critique: pedofilia está na moda. Até os padres católicos e o Michael Jackson estão nessa. Mas continuando...tomada a coragem, puxei assunto com a menininha. Como não poderia deixar de ser, o papo foi hilário:

- [chego junto colocando a mão em seu ombro] Oi, você tem um cigarro?
- Claro...[ela pega um cigarro em uma bolsa que está no chão]
- Meu nome é Reinaldo, prazer... [3 beijinhos básicos]
- Quer cerveja?
- Ah ñ...queria outra coisa...[vou para cima toscamente para dar um beijo]
- [ela se esquiva] Ah não..pera lá...eu tenho namorado!
- É mesmo? E cadê o cara?
- Ah...briguei com ele hoje...antes de vir pra ca tive a maior discussão com o cara...
- Jura? Que legal! Então deixa ele pra la e fica comigo ué!
- Ah não...eu ainda namoro ele ne? Sei la...
- E onde está ele?
- Nem sei
- Ele deve estar te chifrando...
- [risos] Fala serio...
- Pô, você é tão gatinha e aí sozinha...

Nesse momento a guria começa a falar de vários casos que ela ja teve. O mais curioso é que eu não perguntei nada:

- Sabe que eu tenho um ex que me liga direto do Rio dizendo que me ama?
- [faço cara de pouco caso] Serio?
- É. tem um outro ficante meu que me liga sempre também...hihihihi
- Legal...e como faço para entrar nesse time de ficantes seus?
- [mais risos bobos] Ah...nem sei...[faz cara de safadinha]

E esse papo chiclete continuou por mais um tempo. Logo, pecebi o joguinho da menina: a guria me dava corda, mas eu teria que babar MUITO o ovo dela para conseguir um beijo. Como eu não sou babaca para ficar bajulando mulher em festa, me despedi dela e chamei o povo pra irmos embora. No caminho comentei que a Mary acabou não aparecendo na festa (sorte dela!) e contei a historia da menininha para eles. Leo aproveitou para reclamar da festa:

- PORRA! 35 paus pra entrar nessa merda e nem mulher tem ! Que saco...quem manda esse manés serem mercenários? Se tivessem cobrado entre 15 e 20 paus essa festa tinha enchido! Que se fodam!
- É verdade - retruquei

No caminho para o carro do Leo, nosso Reveillon foi fechado com chave de ouro. Passa um carro com dois caras dentro que olham para o Demetrius e gritam:

- [voz aviadada] FELIZ ANO NOVO GOSTOSOOOO!!!!!

Ninguém merece.

Reinaldo, o Bruto