domingo, 11 de maio de 2003

CD’s que fazem valer a aquisição de uma gravadora de CD’s

Blade Runner – Vangelis
Blade Runner – The New American Orchestra


CD tá caro pra caralho. Por isso, vale a pena , hoje em dia, gastar uns trezentos e poucos contos numa gravadora de CD ou unidade Combo (aquela invenção espertíssima que faz, ao mesmo tempo, as vezes de gravadora de CD, unidade de CD-ROM e DVD-Player). No espírito de utilidade pública da Buldozer Consulting Ltd., vamos não apenas fazer resenhas recomendando alguns discos legais, mas também apresentando sugestões para compilações de CD’s caseiros, que ficam muito mais loucos e bacanas que essas merdas que a gente compra nas lojas por um preço caríssimo e que às vezes não vem nem as letras no encarte.

Blade Runner foi um puta filme de ficção científica, que revolucionou o gênero uma pá de anos atrás. A gente tinha uma resenha (meio vagabunda, é verdade, feita pelo Lauro Montana) sobre o filme na falecida GordoscultHP, que vou tentar desenterrar (e, quem sabe, dar uma melhorada) e colocar por aqui ( a resenha, bem entendido, e não a homepage). Independente do filme, vale esclarecer por que a trilha sonora merece seu toca-CD. Vangelis teve a manha de criar uma puta obra de arte quando compôs as músicas do filme, com destaque, em minha opinião, para End Title e Farewell. Essas músicas tem todo o clima de um mundo pós-apocalíptico: Farewell é meio deprê, e End Title tem tudo a ver com a tecnologia de um mundo decadente como o planeta Terra futurista em que o filme se ambienta. O momento fraco do disco é a música “Love Theme”, que pode muito bem figurar como “melhor trilha sonora para boate de strip-tease do interior”, lado a lado com “Take my Breath Away” (aquela música melosa da Trilha de Top Gun), do saudoso Giorgio Moroder.

Nas lojas podem ser encontradas duas versões da trilha: a original, “composed, arranged, produced and performed by Vangelis”, segundo o que está escrito no encarte; e a versão orquestrada, executada pela “New American Orchestra”. A versão orquestrada é bem bacana, mas não tem versões para todas as doze músicas do filme. Em compensação, possui uma que não foi incluída na trilha original (Farewell), e duas versões arrepiantes para End Title, ambas superiores à original, em minha opinião.

Uma compilação que recomendo, caso alguém dê a sorte que eu tive de conhecer gente que tem os dois CD’s, é a seguinte: pegue o primeiro CD, o original, e compile todas as músicas com exceção da n° 5 (Love Theme), porque é uma merda melosa e porque vc vai economizar espaço para adicionar as versões orquestradas. Depois, pegue o CD com as versões orquestradas e adicione todas as músicas com exceção da 1 (Love Theme) e da 3 (One More Kiss, Dear), porque é até legal, mas não o suficiente para ser ouvida duas vezes no mesmo CD, ainda mais em se considerando que a versão ficou excessivamente parecida com a original.

Caso vc grave um CD assim, e caso goste de New Age e trilhas de filmes, vai constatar que tem um puta CD em mãos. Caso não tenha a gravadora de CD’s, ou não consiga acesso aos discos, vale buscar as músicas na Internet, aposto que com paciência dá para achar todas, ou a maioria. Só um aviso: se vc ouvir Love Theme e gostar, só está desculpada se for mulher, já que são criadas desde pequenas para serem xarope; se vc for homem e gostar daquela porra, você certamente é viado, é melhor procurar um psiquiatra urgente, antes que se manifeste plenamente seu potencial de querer assumir o papel feminino nas suas relações interpessoais. Caso vc goste porque sabe que é viado e ainda se orgulha disso, vc pode mandar um e-mail para o Reinaldo. Ele tem uma lista de discussões no Yahoogroups para a defesa de Love Theme, e não se recusará a te incluir nela, nem a te encontrar para apreciar a música contigo e travar longas discussões filosóficas sobre a insensibilidade masculina que impede os homens de curtir Love Theme.