Buldozer

E AÍ, CABEÇUDOS?

Além de eu estar sem computador, minha vida está punk rock total. Então, ninguém me venha encher o saco se esse blog está meio parado...ah, a fofoca do dia : a Polly andou me dizendo, mesmo não sabendo quem ele é, que quer tirar satisfação com o Daniel por seus e-mails "extremamante preconceituosos, machistas e homofóbicos", alguns deles inclusive foram publicados aqui...é, Daniel, você está mesmo arrasaaaando corações...mas duvido que você vá querer torcar o Augusto pela Polly, ele é muito mais charmosinho...por falar em viado, vamos cumprir o compromisso sagrado desse post com um singela charada:

- COMO É QUE O GÚCHO TIRA A CAMISINHA?
R: PEIDANDO!

Após esse filosófico interlúdio, vamos a uma historinha bacana que recebi por e-mail de meu tio Léo,de Palmas, que consegue ser umas dez vezes mais tosco que eu:

Ano: 2002

O ex-presidente Fernando Collor de Mello está em campanha mais uma vez. Chega a uma escolinha em Alagoas e explica sua plataforma de governo. Pede, então, às crianças que façam perguntas

Severino toma a palavra:

Senhor, tenho três perguntas:
1. Por que o sr. matou P.C. Farias?
2. Por que matou a mulher dele?
3. Por que o senhor enriqueceu enquanto o país enpobreceu?

Neste momento, soou a campainha do recreio, e todos os alunos saem da sala. Na volta, Collor mais uma vez convida as crianças a perguntarem. E Zezinho lhe diz:

Tenho cinco perguntas:
1. Por que o sr. matou P.C. Farias?
2. Por que matou a mulher dele?
3. Por que o senhor enriqueceu enquanto o país enpobreceu?
4. Por que o sinal do recreio soou 20 minutos mais cedo?
5. Cadê o Severino?

Fantástico. A essas perguntas eu ainda acrescentaria mais uma:

- Como o senhor conseguiu ser incompetente o suficiente para perder de lavada, no primeiro turno, a eleição para governador em Alagoas, quando sua família manda lá há uns cinquenta anos no mínimo, e ainda por cima lhe deixou de herança o controle da transmissora da Rede Globo local? Aliás, como é que conseguiu ser incompetente o suficiente para ser o único Presidente da República no país que não agadou NINGUÉM (ricos, pobres, rede globo, sbt, cristão, judeu, macumbeiro e o escambau, todos se juntaram para te dar um pé na bunda)?

Agora, um momento cultural. Esse texto é muito bom, fala de forma séria das idiossincrassias dos pseudointelectuais babacas que só vivem repetindo que a cultura está uma merda e jogam a culpa exclusivamente nos donos da mídia. Quem me mandou foi o Rafael Miura, um japa prá lá de estranho da FAU:

Quando poucas palavras dizem muito

por André Barcinski

Confesso que tenho um hábito estranho: leio tudo duas vezes. Pode ser uma notinha no jornal ou uma reportagem extensa, o fato é que sempre, ao terminar um parágrafo, volto ao início e leio tudo de novo.Não tem explicação: pode ser alguma mania obsessiva de jornalista, sempre em busca de algum errinho de digitação, ou maluquice mesmo. Mas tudo tem seu lado bom. Esta segunda leitura às vezes me permite captar alguma coisa que passou desapercebida na primeira vez. Também me faz pensar duas vezes sobre o que estou lendo, o que acho muito saudável. Isso me faz duplamente crítico e inquisitivo - o que pode também ser muito chato, claro.

Dia desses, num site, dei de cara com a seguinte declaração do rapper carioca MV Bill: "Os brancos mataram o samba". Esta pérola foi jogada no meio de um longo papo e não mereceu sequer uma réplica do entrevistador. Ora, a frase é forte o bastante para merecer uma explicação, não? Comoassim, "os brancos"? Por quê? Como? MV Bill, explique-se. Aí está um dos males da nossa imprensa: damos espaço para qualquer um e não cobramos sequer coerência nas declarações.

Ora, se "os brancos" mataram o samba, por que "os negros" (só para usar as divisões raciais de que MV Bill tanto gosta) não dão o troco e o ressuscitam? Ou será que a maioria do público das pavorosas bandas de pagode mela-cueca é formado por caucasianos?

Se o samba morreu, como diz MV Bill (e aí tenho de concordar com ele), foi por culpa do público, aí incluídos negros, brancos, amarelos, azuis, roxos e todo o resto. Por que ouvimos Netinho, Belo e outros versadores de araque, e não ouvimos o bom samba do Brasil? No Brasil -e em muitos outros países- existe o velho hábito de colocar a
culpa sempre em quem detém o poder, e eximir o público de qualquer responsabilidade. Ora, se os donos de gravadoras são brancos, os donos das rádios são brancos e os donos das TVs são brancos, então a culpa é toda deles, certo? Volto a uma idéia de José Ramos Tinhorão, nosso grande musicólogo, que citei na semana passada: "cada povo tem a música que merece".

Outro cara bacana, o autor e professor de literatura americano Harold Bloom,quase foi crucificado nos Estados Unidos ao criticar o que ele chama de "indústria do ressentimento". Segundo Bloom, essa "indústria" consiste basicamente na avaliação do mérito artístico segundo a raça e origem do artista. Ele acha que alguns escritores medíocres estão sendo celebrados em universidades só porque fazem parte de minorias, e que grandes autores estão deixando de ser analisados nos cursos de literatura por causa de uma onda de correção política. Bloom foi corajoso. E, ao contrário do que possam ter falado nos Estados Unidos, suas idéias não têm um pingo de racismo. Pelo contrário: ele defende que o mérito artístico seja julgado sem preconceitos.

Na música brasileira -e na nossa imprensa- esta indústria do ressentimento também existe, claro. Se algum professor da USP vem e fala "os brancos mataram o samba", ia ser um deus-nos-acuda. Mas como o autor da frase em questão foi um rapper, morador da Cidade de Deus, a sociedade "dá um desconto" e deixa pra lá. Isso é racismo. MV Bill é adulto e responsável pelo que fala.

Outro que é responsável pelo que fala é Caetano Veloso. Em recente entrevista ao jornal "The New York Times", ele afirmou: "quero gravar Kurt Cobain". Huumm... Aí, nem precisa ler duas vezes. O que você acha que ele REALMENTE quis dizer com isso? Lembra de uma seção da revista "MAD" em que os personagens apareciam dizendo uma coisa e um balãozinho denunciava o que eles estavam pensando de verdade? No caso do Caê, o balãozinho diria: "eu nunca ouvi uma música do Nirvana, mas acho que gravar isso vai colaborar para manter meu status como um músico antenado com as novidades e enganar um pouco meu público. Eu também disse que gostava de Metallica e Racionais e um monte de gente me achou bem bacana".

É verdade! Aliás, Caetano e Gil, na minha opinião, já fizeram o que tinham que fazer aqui. Caetano gravou Podres Poderes, Gil a Refazenda. Já não precisavam estar mais na Terra para queimar o filme da geração de setenta, já faz uns quinze anos que os dois só abrem a boca para três coisas: falar merda, cantar ( o que fazem muito bem), e expressar sua hipocrisia (nas eleições, já repararam que sempre aparecem dando apoio a quem tem mais chances de ganhar? Do palanque do FHC na última para o do Lula nessa foi bem escroto). Hã...teria mais uma outra coisa que os faz abrir a boca com certeza, mas deixa prá lá...usem a imaginação. Aliás, falar nisso, aposto que, se a gente fizer uma corrente bem forte de pensamento positivo, pelo menos um dos dois morre de câncer...

Uma outra dica cultural: está rolando na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB) a SECA (Semana Cultural e Artística). Está MUITO fera, tenho que tirar o chapéu para a galera do Centro Acadêmico que organizou tudo muito bem...durante o dia, tem oficinas de todos os tipos de atividade artística que puder se imaginar, mesas redondas, debates...e de noite, festa! Tudo de graça...vale a pena conferir. Ah, e falando nisso: ALGUM FILHO DA PUTA ROUBOU A RABECA DA DENISE, aqui da Arquitetura. Estava numa caixa marrom numa hora, e na outra não tinha nem caixa nem rabeca, só a Denise super chateada. Se alguém tiver notícia dessa rabeca, favor devolver, e não se esqueçam de SENTAR A PORRADA NO ESCROTO QUE ROUBOU...o telefone da Denise é 9627-4164 / 443-3839.

Por hoje é isso, gordos. Falou.