terça-feira, 22 de agosto de 2006

BULDOZER ENTREVISTA ALLAN SIEBER - parte 4 (final)




Legenda para ignorantes:

LC: Leo Corba
RB: Reinaldo Bruto
AS: Allan Sieber
LM: Lauro Montana
LI: Lima
CI: Cida


LM: Para você a internet foi o melhor canal de divulgação do seu trabalho?

AS: Ah, certamente, cara. Esse negócio de blog eu acho maravilhoso. Eu não sei lhufas de HTML...

LM: Apesar de não ser rentável, né?

AS: Já foi.

LM: Mas é um portfólio teu, né, cara?

AS: Teve um pessoal que ganhou dinheiro ali em 2000, 99. Tipo, o Casseta vendeu o site deles por, sei lá, uns cinco milhões, alguma coisa assim. Hoje eles não venderiam por 100 pau, mas enfim. Eu acho excelente esse negócio de blog, porque você não precisa saber técnica, você não precisa ter nenhum conhecimento específico de HTML, programação, essas coisas.

LM: Nós [risos]!

AS: Eu acho isso maravilhoso, é realmente democrático. Você não tem que pagar nada, que já é outra coisa linda, e o negócio vai estar ali pra todo mundo, entendeu? Teoricamente o mundo inteiro pode ver os seus desenhos. Eu acho isso sensacional, uma coisa que substituiu o fanzine no lance do espírito de você mostrar o seu trabalho. Obviamente nunca vai substituir o fanzine na coisa tátil, assim, de ser um negócio que você possa folhear, do prazer de você ir lá e reproduzir a tua revista e ver aquilo ali pronto e tal. A internet nunca vai substituir essa sensação, mas num dos aspectos...pô, você é um cara mais novo e ninguém conhece o seu trabalho, você quer mostrar o seu trabalho pro pessoal, e aí a internet foi avassaladora, assim, foi matadora.

LC: Tu trabalhou com o Jorge Furtado, vive na cola do Pereio [o ator Paulo César Pereio], agora a Chiquinha entrou na "F". Vocês gaúchos têm algum tipo de clubinho ou coisa assim, tipo separatismo?

AS: Não, cara! Muito pelo contrário. Eu detesto gaúcho, não moro em Porto Alegre...juro por Deus, é tudo acaso mesmo. O Pereio é um cara que eu era meio obcecado por ele mesmo e tal. Teve um filme dos anos 80 chamado "Noite", que é de um livro muito foda do Érico Veríssimo, que é um cara que perde a memória e tal e aí ele encontra uns caras da noite meio trambiqueiros e fica vagando com esses caras. Mas quando eu era moleque eu vi esse filme e pensei "nossa, esse cara é muito foda!". Aí, enfim, depois eu vim a conhecer o Pereio por causa do "Idiotas mesmo" [curta do Sieber] e tal. Ele se mudou pro Rio meio quando...

LM: Ele morava por aqui.

[Lauro e Allan iniciam uma conversa paralela sobre o fato de Paulo César Pereio ter morado em Brasília. Falam também do irmão dele, que mora aqui em Brasília e é um professor de teatro figuraça. Lauro comenta que já teve algumas aulas de teatro com ele e viu um traficante cobrar dinheiro no meio de um ensaio. Lindo]

AS: O Jorge Furtado eu conheci quando eu tava morando no Rio e ele veio com essa idéia de fazer as animações do filme "O homem que copiava" e tal. Mas é acaso. A Chiquinha também. A Chiquinha é uma das poucas garotas que faz humor...

LC: Humor engraçado, né?

AS: Humor engraçado, exatamente [risos].

RB: E tosco, né?

AS: E tosco, claro. Eu acho a Chiquinha muito gênia, assim, aquela coisa de onomatopéia e o traço dela mega sintético, sem frescura. Eu acho ela muito, muito boa mesmo.

LC: Dá pra notar uns ódios bastante específicos no seu trabalho. Dois de seus alvos principais são sua terra natal e as igrejas evangélicas. Fale um pouco disso.

AS: Esse negócio do Rio Grande do Sul eu sou contra essa coisa, como você tava falando mesmo, que a maioria dos gaúchos tem essa coisa de separatismo e tipo [tom de deboche] "nós temos a melhor qualidade de vida do Brasil e tudo que é feito aqui é melhor, e nós somos mais cultos, mais inteligentes"...

LM: Mais brancos.

AS: Exatamente, mais brancos...

RB: Mulheres mais gatas e tal.

AS: Bom, isso é verdade [riso geral]! Na verdade, assim, o Brasil é bizarro. Em qualquer lugar você vai achar garotas bonitas. Mas, enfim, tem essa coisa do gaúcho que eu acho muito chata, de ficar sempre...uma coisa autoreferente, tipo, gostar muito de ser gaúcho. Isso foi uma coisa que sempre me irritou e tal. E esse negócio de evangélicos é por que eu era...quando eu era moleque eu era adventista e tal. Por questões de família eu fui acabar virando literalmente um fanático. Eu era um fanático religioso. Dos 8 aos 13 anos eu era muito fanático mesmo e aí, graças aos amigos, assim, eu saí da igreja. Eu era uma criança meio autista, quase não tinha amigo e tal. Então eu era muito influenciável, aí eu entrei nessa de religião, assim, muito fácil e tal. Muito crédulo e ingênuo...e isso foi uma coisa muito brutal pra mim. Até hoje eu tenho seqüelas. Esse negócio de pré-adolescente, dos 8, 13 anos, é uma coisa ali que você está construindo...

LC: Você tem uma tira que mostra, tipo, você batendo punheta e arrependido. Aquilo rolava mesmo?

AS: Claro, claro. É coisa de pré-adolescente. Isso aí pra criança ou adolescente é extremamente danoso, esse negócio religioso, essa coisa cristã, culpa. É uma coisa medonha!

RB: Tipo, a punheta é bom mas é pecado.

AS: Não, tudo é pecado! Tudo que é bom é pecado. Tudo! É bizarro.

CI: Aconteceu alguma coisa, assim, específica para você sair disso e mudar?

AS: Não, na verdade foi meio gradativo. O que aconteceu foi eu começar a fazer amigos no meu bairro, assim. Eram pessoas normais, né? Aí, obviamente, isso entrou em conflito com essa coisa da igreja e tal. Pô, eles faziam o que moleque faz, tipo encher a cara, fumar, fazer um monte de merda, e aí eu comecei a entrar nessa e isso meio que entrava em conflito com essa coisa religiosa certinha. E eu, assim, de um jeito muito relutante, fui abandonando a igreja e tal, até que abandonei completamente. Então, é os amigos que formam as pessoas.

LC: Você trabalha mais sóbrio ou doidão? Pergunto por que as bactérias evangélicas e o caçula da família urso são umas coisas muito do nada...

AS: Cara, eu trabalho de qualquer jeito. Tinha um tempo que eu curtia essa onda de trabalhar bêbado. Não bêêêêbado, né? Mas, tipo, trabalhar bebendo. E bebendo pra caralho e desenhando. Isso até certo ponto funcionava, mas hoje em dia eu não consigo mais fazer isso. Eu trabalho sóbrio e tal.

LI: Você conseguiu parar de fumar?

AS: Cara, tô tentando na verdade [risos]. Essa é minha décima milésima...

LC: Como é naquela tira, viciado em tentar parar de fumar?

AS: Exatamente. É foda, cara. Agora eu tô tomando um remédio, Zipan, que é tipo um anti-depressivo que descobriram que ajuda a aliviar a vontade de fumar. Tipo, agora eu tô morrendo pra fumar! Pô, café e álcool são duas coisas que, tipo, o desejo pela nicotina...

LI: Aumenta muito.

AS: Nossa, tipo, pula! Dessa vez eu não tô levando isso como uma missão, assim, cristã de sofrimento. Tipo, se eu tiver que fumar, se eu tô bebendo, foda-se! Eu fumo e tal. Mas eu tô numa onda de não fumar no dia-a-dia, comecei a nadar [riso geral]. Mas não virei evangélico, nada. Se eu estiver muito tenso eu fumo e foda-se.

LM: Você quer prolongar um pouco a sua validade aqui nesse planeta.

AS: Exatamente. Pô, é que realmente eu sou compulsivo. Se eu for fumar mesmo eu fumo três maços por dia. Eu fumo muito, cara. Isso aí não pode dar certo, é foda!

LC: As fotonovelas da "F" tão do caralho. Vocês têm algum plano de produzir curtas na mesma linha? Seria o orçamento mais baixo da história.

AS: Cara, a gente já pensou em fazer um mini documentário assim, tipo, "como é uma merda fazer a 'F' ", como tudo dá errado. Nada dá certo, literalmente nada dá certo! É foda.

RB: Planeja uma coisa e sai o inverso.

AS: Sai o inverso, ou então alguém faz uma cagada muito idiota, tipo, a gente vai viajar e o Arnaldo [Branco] no aeroporto, tipo, "caralho, esqueci minha identidade!". Umas coisas de criança com um cara de 35 anos na cara [risos], entendeu? A gente é muito desorganizado, de uma maneira quase cômica, assim. Então...essa hipótese de fazer um documentário a gente já pensou nisso, mas não foi levado a cabo ainda. Mas as fotonovelas, puta, na verdade um dos principais motivos pra gente fazer a "F" foi justamente ressucitar essa coisa de fotonovela que tinha...

LM: No Chiclete com Banana?

AS: É! Eu achava muito clássico, muito engraçado.

LM: Você também batia bronha pra Cristiane Tricerri [nota: atriz que participava da maioria das fotonovelas da extinta revista "Chiclete com Banana", sempre em trajes mínimos]?

AS: Pô, não, toda...aquela seção Ed Campana e tal, clássico!

LM: Acabou com a mão de muito moleque!

AS: Com certeza, né [riso geral]? Tinha, sei lá, 14, 13 anos...

LM: Naquela seção Uppercut, teve um moleque que falou que ela ganhava de 5 contra 1 da Xuxa [riso geral]. O moleque batia 5 pra Tricerri e uma pra Xuxa.

LC: Notei que você meio que largou de mão o "Preto no Branco" online na Tonto...

AS: Não, agora eu retomei.

LC: Retomou?

AS: Nessa semana já tem outro lá, depois de meses. E agora eu vou tentar fazer pelo menos quinzenal, que é um formato que eu gosto e ali eu posso fazer qualquer merda. Ali não tem um jornal, ninguém tá me pagando, então ali eu posso fazer realmente o que eu quero. Eu não mantive aquela assiduidade assim, que eu tinha, por conta de não ter tempo mesmo. Mas agora, não que eu tenha mais tempo, mas eu resolvi me disciplinar e retomar aquele espaço e tal. Então nessa semana já tem uma tira nova, entrou ontem.

RB: O que você acha dessa nova fase do cinema nacional? Tem muita coisa boa ou é muito bafafá pra pouca coisa?

AS: Cara, esse negócio da retomada, tipo, é a retomada mais longa da história [riso geral]. Caralho, é uma retomada que não acaba nunca!

RB: É um início que não vai pro meio.

AS: Exatamente [riso geral]. É um início que, caralho, nunca chega a um patamar. É uma largada infinita. Mas, enfim, há coisas obviamente horripilantes que você já sabe que é uma bomba. Mas eu tenho visto coisas legais assim, tipo, que eu acho legal, tipo...

LC: Dá uns exemplos aí.

AS: O "Amarelo manga", que é um filme bem mais antigo.

LC: "Amarelo manga" é massa.

AS: Tem um cara daqui que eu gosto, o Belmonte, que fez o filme "Subterrâneos" que eu achei bem interessante e tal.

RB: Mas e os top hits do cinema nacional, tu viu? "Carandiru" e...

AS: Cara, "Carandiru" eu vi e achei constrangedor. Assim, muito ruim. Tipo, os caras conseguiram fazer uma novela com um assunto que é muito...

LM: E o livro é do caralho. Podia fazer um documentário em vez de ter feito aquela merda.

AS: Porra, aqueles caras lá na cozinha cantando. Caralho, que cena de merda aquela!

LM: Tu viu "O prisioneiro da grade de ferro"?

AS: Pô, esse filme é do caralho. O Paulo Sacramento, né?

LM: Acho que ali foi a única coisa que ficou mais próxima do "Estação Carandiru".

AS: Pô, exatamente, aquilo ali é foda. Muito bom. Bom, tem o Paulo Sacramento, tem o Belmonte, tem o Claudião [o direto Cláudio Assis de "Amarelo manga"] tem o cara que fez o "Madame Satã", achei legal também. É o Karim, né? O Marcelo Gomes, "Cinema, aspirinas e urubus" e tal. Tem um pessoal aí que certamente não são os que têm mais facilidade para fazer os filmes.

LM: Quase que independentes e tal.

AS: Quase independentes, né? Mas na verdade todo mundo tem que depender de um fomento, né? Mas, enfim, esse pessoal aí eu acho que tá mandando brasa. Mas tem esses...tipo, Cacá Diegues. Pô, o cara...

LM: Não morre, né [risos]?

AS: Esse cara é uma coisa bizarra. Esse cara não tem amigos, um amigo que fale pra ele "porra, Cacá, teus últimos 20 filmes são uma merda! Se aposenta!" [riso geral]. Tipo, dá uma vergonha isso, cara.

RB: Tem algum longa-metragem na agenda da Toscographics?

AS: A gente tá na pré-produção de um longa chamado "De mão em mão", um longa de animação. Não é a vida do Zéfiro, mas é inspirado na história do Carlos Zéfiro. É um cara dos anos 60 que...

RB: Das revistinhas de sacanagem.

AS: ...tem uma vida dupla e tal. É um funcionário público, mas faz uns gibis de sacanagem e a mulher dele é super carola. Então tem um conflito ali. Esse filme a gente começou a produzir agora e vai atrás da grana. Mas acho que vai demorar um pouco mesmo.

LI: Tem esse filme "De mão em mão" mas tem o filme do Pereio também.

AS: É, o do Pereio: "Pereio, eu te odeio". Tem material pra caralho, eu quero ver se eu termino ele nem que seja pra lançar no Youtube, cara. Mas nunca entrou uma grana para eu sentar a bunda e editar esse filme e lançar. Nunca! BNDES, essa bosta...pô, bizarro, cara! Um documentário sobre o Pereio, tipo, tem coisa que tá muito boa. Mas, enfim, eu vou terminar esse filme. Esse ano não passa, assim, certamente.

RB: Como é teu esquema de trabalho? Você é disciplinado, acorda todo dia de manhã pra produzir? Ou toca o foda-se e depois vira madrugada pra cumprir os prazos?

AS: Cara, antigamente eu gostava de trabalhar na madrugada, assim, de trabalhar até umas 4, 5 da manhã. Não toca telefone, não tem ninguém enchendo o saco, é o melhor horário. Mas, atualmente, eu tenho uma puta insônia, eu acordo umas 7 da manhã e vou fazer alguma coisa e começo a trabalhar cedo. Mas não sou nada disciplinado. Eu tenho minha agenda e tal, eu sei que tenho que fazer algumas coisas na semana, tenho que entregar isso, entregar aquilo e tal. Mas não sou uma pessoa tipo, terça-feira eu faço tiras para não sei o quê, quinta-feira é o dia do cartum para...não, é tudo caótico assim. Mas todo dia eu me levanto e vou no meu estúdio e trabalho.

LC: Além da equipe da "F", da Tosco e tal, quem mais você acha que está mandando bem nos quadrinhos e na animação nacional atualmente?

AS: Pô, em quadrinho tem um cara relativamente novo, o Rafael Sica, que eu acho esse cara destruidor. O desenho dele é difícil você saber de onde saiu aquilo. Geralmente você vê logo a referência ali, né? Tipo, o meu desenho você sabe onde é que saiu, o Adão...mas o Sica é uma coisa bizarra ali, eu não sei o que é aquilo. Acho um cara com muita personalidade, um tipo de humor muito foda, muito peculiar, muito dele e tal. A Chiquinha eu acho do caralho, toscona e tal. É um humor de mulher mas não é mulherzinha, né? É um humor de mulher bagaceiro, faz merda, se fode e tal. E tem também um cara chamado Mélios. É daqui, não é?

LC: Tô por fora.

AS: Ele tem um traço muito foda e um texto bom pra caralho também. Tem um cara de Curitiba que eu acho muito foda também, o RHS. Esse cara é foda.

RB: Aqui em Brasília é cheio de artista plástico pós-moderno e pós graduado, ator performático, diretor de teatro cult que ninguém entende porra nenhuma da peça, esse tipo de gente. Que mensagem edificante você gostaria de mandar para essa corja?

AS: Sei lá, não me convidem [riso geral]. Não me mandem convites.

RB: Ótimo!

LC: Pra fechar, dá um palhinha pra gente sobre os seus próximos projetos.

AS: Bom, tem esse aí que eu falei do "De mão em mão", que é um longa. Eu comecei a fazer um curta novo chamado "Animadores". Eu estou trabalhando online e a equipe é toda em São Paulo...e eu só trato por e-mail com os caras. Eu mando os layouts e eles me mandam os esboços e eu "é assim, é assado, mais assim" e eles me mandam de volta. É a melhor coisa que eu já fiz na vida! Eu não vejo ninguém [riso geral], eles são pagos, o trabalho é feito rápido, é sensacional. Não tem aquele cheiro de homem, aquela coisa horrível. E esse filme é meio atípico, não tem diálogo nenhum, geralmente todos os filmes da Tosco têm muito texto, né? Esse não tem nenhum diálogo e é preto-e-branco. É sobre animadores de peça infantil chamado "animadores". Deve ficar pronto no fim do ano.

LI: E o "Mondo bizarro"? Esse projeto...

AS: Cara, isso aí era umas tiras que eu fiz, assim, uma série, que eu cheguei a escrever várias sinopses para uma série de TV, né? Mas o Negão Bola Oito também é outro projeto aí. Agora o Canal Brasil sinalizou uma possibilidade de rolar uma micro série de o Negão Bola Oito entrar em inserções de 2 minutos dentro de um programa lá. Tipo, a gente tá negociando lá uns 30 pequenos episódios desses dentro de um programa do Canal Brasil mas a gente não fechou nada, que seria o "Negão Bola Oito talk-show".

LM: E a Cartoon Network, aquele esquema lá da Adult Swim [programa da Cartoon Network com desenhos para adultos]?

AS: Rolou uma adaptação de tiras do Caco, do Adão, do Laerte, que ficaram ótimas! Se tinha um lugar que eu queria estar trampando era nesse Adult Swim, acho foda assim.

RB: É a tua cara.

AS: Aquele advogado Harvey eu acho muito foda. E aquela série que eles meio que remontaram, como é que é?

LM: "Laboratório Submarino 2020".

AS: Aquilo é muito engraçado, realmente foda.

LC: Dentro da linha das mensagens edificantes, você tem alguma mensagem para mandar para a MTV depois daquela polêmica com "Deus é pai"?

AS: Cara, a MTV...[risos] o que eu vou falar da MTV? Na verdade, esse negócio da MTV eles inventaram uma profissão que não existe que é o VJ, entendeu? VJ, cara [risos]...VJ é a profissão mais inútil do mundo. É o cara que apresenta clipe! Clipe já é uma coisa que não precisava existir, já existe a música, aí os caras inventaram o clipe. Aí invetaram alguém pra apresentar o clipe [risos]. Aí, no fim, vai ter alguém pra apresentar o VJ que vai apresentar o clipe, que é da música!

LC: Na verdade o DJ interfere na música. Agora o VJ, não. Ele vira e fala "agora vai passar esse clipe, galera".

AS: DJ dá pra entender, mas VJ eu não entendo. Eu acho uma função bizarra, inútil.


Autógrafo do Allan. "A gente ganha pouco e não se diverte"