PIORES MOMENTOS BULDOZER
A juventude tosca dos nossos colunistas
A juventude tosca dos nossos colunistas
Caros leitores, essa vai ser uma das séries de posts mais imbecis da história desse blog: histórias bestas de nossa infância e adolescência. Conheci o Reinaldo na segunda série, Lauro na sexta, e o Barman Infiernal no primeiro ano. Muita coisa tosca rolou de lá para cá, com o tempo vocês vão nos conhecer um pouco, talvez o suficiente para parar de ler isso aqui.
AMOR À ARTE
Lembro que, ainda criança, gostava de desenhar gente pelada. Não me pergunte porque, não era algum tipo de tara nem nada, desenhava mulher e homem pelado. Acho que era tipo uma prévia desse lance de desenhar, nunca fui assim nenhum gênio, mas sempre gostei; desenhar gente pelada, creio, era intuitivamente uma forma de treinar a figura humana. Claro que com o tempo isso descambou para a escrotidão.
Na segunda série, resolvi que deveria fazer duas revistas: a PLAYBOY e a PLAYGIRL (já tinha tido aulas rudimentares de inglês). Peguei uma daquelas resmas de formulário contínuo gigantes, que meu pai descolava para mim no serviço, após usadas, e desenhei, pacientemente, cada um e cada uma de meus colegas de classe pelados, fazendo pose. Claro que, nesse tempo, minha habilidade de desenhar era um troço completamente limitado, então para facilitar eu escrevia o nome do colega embaixo do desenho.
No dia seguinte levei para a sala minha obra de arte, para os colegas verem e emitirem sua opinião sobre o trabalho. Os insensíveis nem olharam direito, saíram rasgando tudo, principalmente as meninas. Foi nesse dia que descobri como os artistas são reprimidos e desvalorizados por uma sociedade opressora, que destrói sua própria história. Aprendi a ficar mais durão e comecei guardar minhas obras para minha própria apreciação. Se tivesse sobrado ao menos um desenho, eu poderia scanear para compartilhar esse episódio com vocês.
Na quinta série - já sendo leitor assíduo de "Chiclete com Banana" e "Geraldão" - desenhei uma suruba com todos os colegas da minha classe, bem bacana, naturalmente mais elaborado que o desenho da segunda série.Pus para passar na sala, e dessa vez minha obra teve uma receptividade melhor, ninguém rasgou. Mas nesse dia aprendi o sentido da autoridade e o valor da mentira. Não sei bem como, o desenho foi parar na mão da coordenadora pedagógica do colégio, que me intimou a ir à sua sala. Naturalmente, neguei a autoria em todos os instantes, embora ela tenha insistido muito para que eu admitisse, mas me mantive firme. Nesse dia descobri como se sentiu Galileu, que negou a redondeza da Terra para escapar da Inquisição, do tormento, da fogueira. Nunca mais parei de desenhar tosqueiras. Nunca mais fui pêgo, também, a não ser uma vez no segundo grau, que um professor de matemática chegou mais cedo e me pegou desenhando ele no quadro. Ele tinha uns 120 quilos mas não era muito gordo. Me levantou pelo pescoço, ainda bem que não quebrou.
AMOR À ARTE
Lembro que, ainda criança, gostava de desenhar gente pelada. Não me pergunte porque, não era algum tipo de tara nem nada, desenhava mulher e homem pelado. Acho que era tipo uma prévia desse lance de desenhar, nunca fui assim nenhum gênio, mas sempre gostei; desenhar gente pelada, creio, era intuitivamente uma forma de treinar a figura humana. Claro que com o tempo isso descambou para a escrotidão.
Na segunda série, resolvi que deveria fazer duas revistas: a PLAYBOY e a PLAYGIRL (já tinha tido aulas rudimentares de inglês). Peguei uma daquelas resmas de formulário contínuo gigantes, que meu pai descolava para mim no serviço, após usadas, e desenhei, pacientemente, cada um e cada uma de meus colegas de classe pelados, fazendo pose. Claro que, nesse tempo, minha habilidade de desenhar era um troço completamente limitado, então para facilitar eu escrevia o nome do colega embaixo do desenho.
No dia seguinte levei para a sala minha obra de arte, para os colegas verem e emitirem sua opinião sobre o trabalho. Os insensíveis nem olharam direito, saíram rasgando tudo, principalmente as meninas. Foi nesse dia que descobri como os artistas são reprimidos e desvalorizados por uma sociedade opressora, que destrói sua própria história. Aprendi a ficar mais durão e comecei guardar minhas obras para minha própria apreciação. Se tivesse sobrado ao menos um desenho, eu poderia scanear para compartilhar esse episódio com vocês.
Na quinta série - já sendo leitor assíduo de "Chiclete com Banana" e "Geraldão" - desenhei uma suruba com todos os colegas da minha classe, bem bacana, naturalmente mais elaborado que o desenho da segunda série.Pus para passar na sala, e dessa vez minha obra teve uma receptividade melhor, ninguém rasgou. Mas nesse dia aprendi o sentido da autoridade e o valor da mentira. Não sei bem como, o desenho foi parar na mão da coordenadora pedagógica do colégio, que me intimou a ir à sua sala. Naturalmente, neguei a autoria em todos os instantes, embora ela tenha insistido muito para que eu admitisse, mas me mantive firme. Nesse dia descobri como se sentiu Galileu, que negou a redondeza da Terra para escapar da Inquisição, do tormento, da fogueira. Nunca mais parei de desenhar tosqueiras. Nunca mais fui pêgo, também, a não ser uma vez no segundo grau, que um professor de matemática chegou mais cedo e me pegou desenhando ele no quadro. Ele tinha uns 120 quilos mas não era muito gordo. Me levantou pelo pescoço, ainda bem que não quebrou.
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