terça-feira, 8 de novembro de 2005

MELHORES MOMENTOS BULDOZER - esquemas alternativos de Brasília (partes 2 e 3)

(publicado originalmente em 28/12/2002 e 30/12/2002)



Quem leu a primeira parte desse texto, deve ter lido bem no finalzinho que eu comentaria das pessoas que sempre vejo nas festinhas alternativas aqui de Brasília. Como tenho uma memória fotográfica, vou descrever essas figuras em detalhes, juntamente com suas peculiares esquisitices. Como não sei o nome de ninguém, vou me referir a eles por carinhosos apelidos:


Robocop bombado - esse cara é um branquelo de cabeça raspada, com mais ou menos 1,80m e uns 100 kg de puro músculo. Com uma vestimenta básica (jeans e camiseta), cara sempre fechada e uma lata de cerveja na mão, dança como um autêntico Robocop cover, ou seja, todo duro e travadão como se estivesse com uma cenoura na bunda. Costuma dançar perto das caixas de som ou então bem perto das pick-ups do DJ. Se ele é surdo ou tem alguma tara por DJ é um mistério. Está sempre acompanhado por um mulher até bonitinha, que por sinal nunca vi beijando. Se ela é uma amiga ou namorada é outro mistério.
Onde encontrá-lo: festas de pop-rock anos 80 e rock indie anos 90

Psicótico do casaco Adidas - esse cara sempre aparece sozinho nas festas, e sempre veste um casaco azul da Adidas que se parece com aqueles casacos de pré-escola (com aquelas indefectíveis listras brancas nos braços). É gordinho e usa um corte de cabelo bem indie (estilo Beatles, mas com costeletas). Está sempre com uma garrafa de cerveja na mão, rodando a festa sem parar de cabeça baixa. Às vezes fica rindo sozinho enquanto dança, olhando para o chão. O que ele acha de tão engraçado no chão eu não sei, mas gostaria de saber. Também costuma falar sozinho olhando para o vazio. É bom manter uma distância segura desse cara.
Onde encontrá-lo: festas de rock indie anos 90 e 00's

Gótico Ronald McDonald's - essa figura é um gótico típico, com roupas pretas e maquiagem nos olhos (ui!), mas com um porém: está sempre chorando pelos cantos das festas. Baixinho, de cavanhaque e cabelos encaracolados castanho-claros, o imbecil sempre fica em alguma escadaria ou na mesa próxima ao bar chorando "sofridamente", sozinho ou acompanhado de algum outro gótico mané. Vê-lo chorar é muito bom, pois a cara dele fica parecendo com a do Ronald McDonald's no banheiro. Para completar o teatrinho, ele às vezes chora segurando uma vela na mão, olhando para a chama enquanto resmunga palavras inaudíveis. Faz um bom tempo que não vejo esse rapaz. Espero que tenha se matado.
Onde encontrá-lo (se vivo): festas góticas

Rocker cocainado - esse elemento é uma figuraça. O cara tem um visual bem roqueiro anos 80: topetão Morrissey, jeans surrado, camisa de botão branca e botas pretas. Ele tem uma peculiar cicatriz na testa que, dizem as lendas noturnas, foi resultado de um atropelamento que o rapaz sofreu por uma lancha na beira do lago da cidade. Isso mesmo, atropelado por uma lancha na beira do lago! Dizem que depois do acidente o rapaz ficou com uns "pinos" soltos na cabeça, e isso pode ser observado pelo seu jeitão nas festas. Sempre com um cigarro no canto da boca, dança totalmente alucinado quando empolgado, lembrando uma mistura de Elvis com Michael Jackson após cheirar 4 carreiras de coca. Fica batendo palminhas enquanto dança, olhando fixamente pro chão ao mesmo tempo que fuma o cigarro em velocidade sobre-humana. Esse cara dá medo, consegue ser até pior que o "Psicótico do casaco Adidas".
Onde encontrá-lo: festa de rock indie anos 90 e 00's

A loira piranha - essa é um enigma. Com um visual bem patricinha, costuma frequentar vários tipos de festas alternativas. Ela costuma andar acompanhada com uma turma bem grande de indies e é uma loira oxigenada muito gostosa, que usa sempre jeans colado para deixar a mostra uma bunda maravilhosa. Tem uma bela cara de piranha; dança como piranha e encara os homens com cara de piranha, mas, pasme...não fica com ninguém! Só de olhar a mulher dançando você ja tem vontade de catá-la para uma rapidinha no WC feminino, mas ela simplesmete dá fora em todo mundo que chega perto. Já dispensou inclusive eu e o Leo (não que isso seja algo raro de acontecer...). Já vi um cara numa festa bater papo com essa moça no balcão do bar por mais de 3 horas e não dar em nada. O mais comédia foi um dia em que a mulher ficava de quatro na cadeira do balcão do bar para pedir bebida e ficava uma platéia masculina logo atrás dela de olho esbugalhado. Essa é uma das únicas mulheres de festa alternativa que se encaixa no padrão "mulher" que expliquei outrora, mas que infelizmente regula muito a periquita.
Onde encontrá-la: festas pop-rock anos 80 e rock indie anos 90 e 00's

Tabasco anal - esse rapaz tem um bela cara de nerds: branco, cabeça raspada, óculos estilo Harry Potter e uma combinação de roupas das mais esdrúxulas, como o uso de sobretudo com moleton e tênis All Star. O cara ou está sozinho ou no máximo acompanhado de mais um amigo. Nunca o vi bebendo nem se drogando, mas pelas merdas que ele faz sóbrio nem precisava. O mané dança feito um porra-louca, pulando, berrando e dando rodopios no chão. De repente o cara para tudo e começa a fazer passos de break, principalmente aquele passinho que imita um robô dançando. Numa festa dessas o cara quase dá um chute na cara de uma mulher que estava próxima dele, que logo teve a sabedoria de se afastar ao máximo do esquisito. Quando um amigo meu viu a cena disse "porra, parece que o cara tá com pimenta no cu!". E daí surgiu o apelido Tabasco anal. Esse cara dá até gosto de você ficar parado observando, pois você não sabe se fica rindo ou corre para chamar o segurança. Pior que o cara ta nem aí, fica repetindo os passos de dança despirocados até ficar ensopado de suor, esmurrando quem estiver perto.
Onde encontrá-lo: festas de música eletrônica

Trio parada-dura - esse trio é formado por três amigas "alternativas", que sempre vão juntas para as festinhas indie. A mais bonita é bem alta (quase 1,80m), branca, tem cabelos ondulados e se veste com roupas estilo hippie com pitadas de roqueira suja. A de beleza intermediária também é branca, tem um cabelo bem curto e se veste com roupas estilo punk de brechó. A mais feinha é mulata, tem longos cabelos negros alisados, usa aparelho nos dentes e está sempre vestindo o conjuntinho mini-saia/meia-arrastão/bota de cano longo. Numa das últimas festas que eu vi o Trio parada-dura em ação, as três moças estavam muito animadas e dançando juntas sem parar; estavam tão animadas que a toda hora puxavam qualquer macho da redondeza (inclusive a mim e o Leo) para dançar na frente delas, repetindo os passinhos de dança e tudo mais. Léo logo se empolgou e comentou "vou chegar junto da neguinha", e eu disse "vai lá cara, manda bala!". Para a minha surpresa, a neguinha (que era justamente a mais saidinha do grupo) deu um baita fora no Leo. As outras duas, para acompanhar, davam toco em todo macho que ousasse aproximação. "Mas que porra é essa?", logo pensei. Para fechar com chave de ouro, tinha uma bichona afetadíssima nessa festa que ,sem mais nem menos, começou a dançar coladinho nas moças e a se esfregar na mais bonitona das três, que logo retribuiu os afagos. A cena foi tão dantesca que logo a pista de dança se abriu para ver a bichona bolinar a moça. De lascar!!! Resumindo: mulher de festa alternativa tem tesão em bicha. Vai entender.
Onde encontrá-las: festas de pop-rock anos 80 (principalmente nas festas do DJ Raih)

A loirinha mole-falso - essa é de matar de raiva qualquer ser humano do sexo masculino. Enquanto o Trio parada-dura apenas "parece" estar dando mole, essa escrota te da mole descaradamente, e aí quando você chega junto leva o maior toco! Antes de mais nada: essa garota é muito gatinha, sendo uma loirinha estilo lolita safada. Ou seja, bonitinha, mas ordinária. Numa festa dos DJs Cochlar lá estava ela sozinha no meio da pista de dança, me encarando sensualmente."Ôpa", pensei, "vou chegar junto". Fiquei dançando do lado, como quem não queria nada, e de repente a moça me oferece cerveja. "Uêpa", e meu pau começa a inchar. Por mais rápida ou barulhenta que fosse a musica que estivesse tocando, lá estava a moça dançando de uma maneira lenta e sensual, me encarando com uma cara de "me coma". Quando lá estava eu, todo animadão e com menos de 3 cm de distância da moça percebo que ela também está dando "mole" para um infeliz que estava ao lado. O cara era o maior lango, feio para burro e usava uma camisa estilo Magnum, toda florida! O cara, ao perceber o mole, se pôs entre mim e a moça e começou a fazer mil passinhos de dança para chamar a atenção. Pensei em dar umas porradas no folgado, mas logo a mulher me encarou de novo. "Hein?", pensava eu confuso. Cheguei junto de novo, o John Travolta havaiano deu uma afastada, mas logo depois ela encarou o mané de novo e o processo se repetiu. Depois de um longo lenga-lenga entre mim e o John Travolta havaiano dei uma chegada bem perto da moça, que logo me encarou feio e me empurrou. Saí de perto puto e aguentei um amigo que tava perto rir e gritar "hahahahahhaah...se fudeu!". Logo depois meu amigo explicou a fama de mole-falso da menina, e que isso era até comum nas festas indie. Comum? Xiiiiii....
Onde encontrá-la: festa de rock indie anos 90 e 00's

É isso aí galera. Em breve comentarei dos DJs que animam essa podre cidade.

Reinaldo, o Bruto