terça-feira, 6 de setembro de 2005

RESENHA " NOITE DE PLAYBOY NO RIO DE JANEIRO"- Bombar Leblon

Não sei se alguém já reparou, mas vira e mexe o Leo e o Reinaldo me mandam umas piadinhas por que acham que eu faço parte do mundinho indie do Rio de Janeiro. Porra, tudo bem, só frequento lugares mais "alternativos", como já expliquei, por motivos quase religiosos : 1 ) as entradas são em geral mais baratas, e pode até rolar uma listinha sem vergonha; 2) as bebidas tem um ótimo custo-benefício para gente que, como eu, não bebe cerveja; 3) rola umas músicas muito boas de vez em quando e 4 ) as pessoas que frequentam esses lugares não são do tipo " colega" ( como diria Juliana . Ou seja, sobram motivos para aturar os pseudos da noite.

Entretanto, com a proximidade do feriadão, calhou do meu dia de folga ser o mesmo que um companheiro da matriz. Não sei por que cargas d´águas comecei a me questionar " ah, de repente é uma boa mudar de ares, sair do eixo matriz-cobal, ver caras novas, quem sabe pode até ser divertido zoar os playboys." Também rolava a curiosidade antropológica de ver esse povo em seu habitat natural. Ou seja, sobraram motivos para aturar os playboys da noite no último sábado.

Como não conheço os meandros dessa comunidade, apelei para esse meu amigo. Fui logo avisando " arranja um lugar que tenha alguma promoção, ou pelo menos descola algum gringo otário pra pagar a nossa". Em primeiro lugar, ele descolou gringos tão otários que mal sabiam pagar as próprias contas. Em segundo, o tal do lugar tinha um nome que só sugeria a merda que eu estava me metendo " BOMBAR". Putz, que nome escroto, bom bar, ok, o bar é bom.....mas também é um trocadilho imbecil com a gíria carioca escrota....um lugar que está " bombando" geralmente é um lugar entupido, como uma micareta no riocentro.

Rá.

Enfim, entramos naquela antro. Uma mistura inconscistente de playboys, pistoleiras, gringos e prostitutas de gringos, com eventuais bons exemplares da alta classe média carioca, em geral na parte de baixo do bar. Na pista de cima, aquele hip hop farofeiro, gente dançando tudo entulhada e uns seguranças de terno forçando a passagem toda a hora. Aparentemente a união entre palyboys e pistoleiras foi feita no céu : um beija o outro, se vira, e beija outro de novo, vai ao banheiro, beija outra pessoa e por aí vai. Completo oposto da noite alternativa, onde você pelo menos tem que saber algum refrão do Interpol para ser suficientemente interessante para um beijo no sofá. Coisa civilizada, até demais, concordo, mas entre os viadinhos indie que eu tanto reclamo, e esse povão todo, cara, prefiro reclamar dos palhaços indies!!

Lá pelas tantas, sou filha de Deus, e estou agarrada com um gringo fedendo a leite, cara de pastel.....foda-se, pensei, tô trêbada e para aturar isso aqui.... Tinha nada a perder, tava lá beijando o coisinho, quando de repente vem meu amigo " Fulana disse que quer ficar com teu gringo" ....olhei pra carinha da garota. PUTZ!!!!!!! saída diretamente do inferno das pistoleiras. Olhei mais pra frente , uma loira num vestido azul de tricô dançando até o chão no centro de um grupo de 5 homens sem noção. Esta veio, pelo menos, diretamente do inferno das cachorras. Okay, resolvi rir daquilo tudo. Quando me aparece um brutamontes ( que só depois fui "conhecer"...ok, não aprendo, mas me divirto com meu erros) , irlandês jogador de rugby ( ou seja: enorme), bêbado e beijando todo mundo, lógico que me deu um agarrão. Nessa hora, devo admitir, já não estava pensando coisa com coisa .E não estava nem mais tão bêbada assim, simplesmente meu cérebro resolveu entrar em modo de espera para economizar meus neurônios.

De repente, a pistoleira agarra meu braço: " Colega, preciso falar com você!!"." Porra, minha filha, colega não" " Ah, olha só, que não tô dando em cima do menino não, foi seu amigo que inventou isso"....

Depois dessa, desisti : matriz-cobal forever!!!!!