Apoio moral
Texto enviado por Cida, my love
Moro em uma kit e estou me mudando para um lugar maior. Tenho três noites pra embalar tudo, já que trabalho durante o dia. Às voltas com mudança, caixas, caminhão, pintor e todas essas coisas que a mudança de endereço envolve, ando precisando de muito apoio moral. Do tipo que a pessoa fica te olhando trabalhar e conversando, enquanto ambos tomam alguma coisa. Não poderia ser uma pessoa qualquer. Tem de ser um amigo, já que vou mexer em coisas particulares, pessoais. Mudança é assim: a gente sempre mexe em coisas há muito guardadas, algumas esquecidas. Então pensei nos meus amigos. Qual deles poderia ser uma companhia dessas?
Lembrei-me das mulheres. Será que uma delas seria legal pra isso? Não sei. Todas são tão ocupadas hoje em dia. Além disso, elas iriam querer fazer tudo de uma vez pra acabar logo. Não iam curtir. Seria uma obrigação a cumprir, um dever. Não ia dar certo. Elas não iam querer ficar olhando enquanto eu trabalhasse. Pensei nos homens. Também não ia dar. Com a cama de casal bem no meio da sala, há aqueles amigos que sempre querem te comer (“só pra matar aquela vontade antiga”; “só umazinha”), que iam rir das suas intimidades, mexer nas suas calcinhas, nos seus CDs... Não.
Beco sem saída. Quem seria o “apoio moral” adequado numa situação dessas? Lembrei-me, então, dos meus inúmeros amigos gays. Alguns deles fariam bem esse papel. Foi aí que resolvi parar tudo e escrever sobre isso. Comecei a me lembrar de conversas ou situações engraçadas com esses meus amigos.
Só pra ilustrar. Ontem mesmo um deles estava aqui. A gente estava vendo um episódio de “Sex and the city”. Só vimos o fim do episódio porque havíamos começado. O nosso assunto era bem mais divertido. Enquanto tomávamos uma caipirinha, falamos de trabalho, de aulas, de faculdades particulares, de alunos chatos e a conversa descambou para cu e rola.
Meu amigo, quarentão, professor universitário, boa pinta, falou de seu novo namorado. O cara é do tipo “ativo”. Nunca deu o cu. Que coisa! Pois é, embora as más línguas digam o contrário, há muitos gays desse tipo. Muito mais do que a gente imagina. Esse meu amigo, por exemplo, sempre foi ativíssimo e teve muitas brigas com um ex que queria comer o cu dele. Ele sempre dizia: “Aqui só tem saída!”. Ele era apaixonado pelo cara e eles acabaram terminando porque o dito cujo não se conformou com a situação. Agora meu amigo se vê envolvido com um cara que não admite ser comido.
Falamos depois, efetivamente, de cu e rola. Ele dizia: “Ah, eu não dou o cu com facilidade não. Agüentar 22 cm de pau no cu não é mole não, minha nega! Dói demais! É muito complicado. O bom mesmo é comer.”. Eu perguntei: “Mas e se o cara tiver o pau pequeno?”. E ele: “Nada, boba. É pior! Fica batendo pra tudo quanto é lado e dói muito mais.” Eu: “Qual é o tipo de pau que você acha que é melhor?” Ele: “O melhor é aquele mais fino na ponta e mais grosso no meio. Aquele comprido e não tão grosso também é bonzinho, mas aquele todo grande e grossão não dá mesmo.” Eu: “E como é que você faz com esse seu namorado?” Ele: “Eu dou muito carinho pra ele, faço muito cafuné, beijinhos e controlo pra rolar a pica no cu só umas três vezes por mês. Mais do que isso não agüento não, viu, nega. Eu digo pra ele que ele tem de sublimar, ele tem de entender que o bom mesmo é muito abraço, carinho, beijo, sexo oral... essa coisa de cu ele tem de deixar um pouco pra lá, viu. Isso não pode ser assim não”. E eu pensei: “Isso é porque não é ele que tá comendo”.
Muito instrutivo, né, minha gente! Depois de umas três horas de bate-papo, muitos paus e muitas gargalhadas, estávamos os dois alegres e relaxados. E, hoje, enquanto estou aqui embalando coisas, ainda estou rindo disso. Acho que o melhor mesmo é chamar algum amigo gay pra vir pra cá, já que o meu namorado está muito cansado. Além disso, namorado, em vez de ajudar, pode te atrasar mais. Imaginem o Reinaldo dizendo: “Pára um pouquinho, amor, vem cá, me dá um abraço, me dá um beijinho...” e por aí vai. Nem mudança, nem apoio moral.
Digam-me, buldozers e cia, quem e como vocês acham que seria o “apoio moral” perfeito?
Lembrei-me das mulheres. Será que uma delas seria legal pra isso? Não sei. Todas são tão ocupadas hoje em dia. Além disso, elas iriam querer fazer tudo de uma vez pra acabar logo. Não iam curtir. Seria uma obrigação a cumprir, um dever. Não ia dar certo. Elas não iam querer ficar olhando enquanto eu trabalhasse. Pensei nos homens. Também não ia dar. Com a cama de casal bem no meio da sala, há aqueles amigos que sempre querem te comer (“só pra matar aquela vontade antiga”; “só umazinha”), que iam rir das suas intimidades, mexer nas suas calcinhas, nos seus CDs... Não.
Beco sem saída. Quem seria o “apoio moral” adequado numa situação dessas? Lembrei-me, então, dos meus inúmeros amigos gays. Alguns deles fariam bem esse papel. Foi aí que resolvi parar tudo e escrever sobre isso. Comecei a me lembrar de conversas ou situações engraçadas com esses meus amigos.
Só pra ilustrar. Ontem mesmo um deles estava aqui. A gente estava vendo um episódio de “Sex and the city”. Só vimos o fim do episódio porque havíamos começado. O nosso assunto era bem mais divertido. Enquanto tomávamos uma caipirinha, falamos de trabalho, de aulas, de faculdades particulares, de alunos chatos e a conversa descambou para cu e rola.
Meu amigo, quarentão, professor universitário, boa pinta, falou de seu novo namorado. O cara é do tipo “ativo”. Nunca deu o cu. Que coisa! Pois é, embora as más línguas digam o contrário, há muitos gays desse tipo. Muito mais do que a gente imagina. Esse meu amigo, por exemplo, sempre foi ativíssimo e teve muitas brigas com um ex que queria comer o cu dele. Ele sempre dizia: “Aqui só tem saída!”. Ele era apaixonado pelo cara e eles acabaram terminando porque o dito cujo não se conformou com a situação. Agora meu amigo se vê envolvido com um cara que não admite ser comido.
Falamos depois, efetivamente, de cu e rola. Ele dizia: “Ah, eu não dou o cu com facilidade não. Agüentar 22 cm de pau no cu não é mole não, minha nega! Dói demais! É muito complicado. O bom mesmo é comer.”. Eu perguntei: “Mas e se o cara tiver o pau pequeno?”. E ele: “Nada, boba. É pior! Fica batendo pra tudo quanto é lado e dói muito mais.” Eu: “Qual é o tipo de pau que você acha que é melhor?” Ele: “O melhor é aquele mais fino na ponta e mais grosso no meio. Aquele comprido e não tão grosso também é bonzinho, mas aquele todo grande e grossão não dá mesmo.” Eu: “E como é que você faz com esse seu namorado?” Ele: “Eu dou muito carinho pra ele, faço muito cafuné, beijinhos e controlo pra rolar a pica no cu só umas três vezes por mês. Mais do que isso não agüento não, viu, nega. Eu digo pra ele que ele tem de sublimar, ele tem de entender que o bom mesmo é muito abraço, carinho, beijo, sexo oral... essa coisa de cu ele tem de deixar um pouco pra lá, viu. Isso não pode ser assim não”. E eu pensei: “Isso é porque não é ele que tá comendo”.
Muito instrutivo, né, minha gente! Depois de umas três horas de bate-papo, muitos paus e muitas gargalhadas, estávamos os dois alegres e relaxados. E, hoje, enquanto estou aqui embalando coisas, ainda estou rindo disso. Acho que o melhor mesmo é chamar algum amigo gay pra vir pra cá, já que o meu namorado está muito cansado. Além disso, namorado, em vez de ajudar, pode te atrasar mais. Imaginem o Reinaldo dizendo: “Pára um pouquinho, amor, vem cá, me dá um abraço, me dá um beijinho...” e por aí vai. Nem mudança, nem apoio moral.
Digam-me, buldozers e cia, quem e como vocês acham que seria o “apoio moral” perfeito?
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