sábado, 4 de outubro de 2003

Merdas que eu Tenho que Aguentar 1

Bem, para quem não sabe, eu estudo psicologia, e do lado do CA de Psicologia tem uma clínica escola que garante um convívio não muito saudável entre a comunidade universitária despreparada e os pacientes que buscam tratamento pelos mais variados motivos.

Mais um adendo, por uma questão de ética, os estudantes e profissionais de psicologia não destratam as pessoas portadoras de sofrimento psicológico (definição politicamente correta!), mesmo fora do consultório. O que explica meu saco de boi para lidar com algumas situações inclusive(sem citar nomes).

Então vou contar nessa sessão as melhores histórias que eu e meus colegas de curso já tivemos que aguentar sem poder mandar o cara à merda por questões éticas, por mais constrangedora que fosse a situação.

Na última quarta-feira, às 10 da manhã eu saí da minha aula e fui para o CA torcer para aparecer uma menina pela qual me interessa muito toda a "subjetividade" inerente daquele ser tão belo quando chega um amigo meu, o duende e ficamos jogando conversa fora e esperando a hora da próxima aula.

Eu já falei que o CA fica perto de uma clínica escola, pois é, aparece um senhor do lado oposto ao da clínica, olha rapidamente como se estivesse se localizando, para e me olha:
-Aqui é a psicologia?
-Sim.
-Vc é da psicologia?
-Sim.
-Então era vc mesmo que eu procurava! (Me cumprimenta)
-Porque? (Me dando conta que era um provavel paciente do CAEP)
-Eu me interesso muito pela psicossomática. Existem alguns pontos genitais como o ânus que quando estimulados desencadeiam um processo muito interessante!
-.......(fico em silêncio enquanto o duende sai de fininho me deixando sozinho com o mané).
-Mas o indivíduo fica preocupado porque ele não se sente homem com isso e é aconselhado pelo psiquiatra a estimular o penis com uma mulher para se sentir homem. Mas não é a mesma coisa né?
-........(aceno a cabeça como quem está esperando ele terminar o raciocínio)
-O que acontece então? A grande verdade é que existem alguns casais por aí que não se estimulam de forma convencional!!!!!

Depois desse brilhante comentário, eu já pensava em apresentá-lo para o Reinaldo que com certeza ia desenvolver algum tipo de comunicação para saber como que ele se estimulava, mas ele agradece pela minha atenção e vai embora para o estacionamento.

Ou seja, o cara veio para a UnB só para falar para alguém como ele faz para estimular o toba dele! E nem deu tempo de eu encaminhá-lo para o Reinaldo com seus alicates e maçaricos...

Até a próxima onde vou contar sobre o episódio em que um suicida ficou conversando comigo durante 3 horas....

Demétrius