Buldozer

Vai Minduim!- parte 2

Bem, prosseguindo de onde a parte 1 parou....depois que o amigo do Demetrius me alertou sobre meu "mel" de atrair gente para me esmurrar na pista de dança, pedi para trocar de lugar com Demetrius, que estava conseguindo dançar com certa tranquilidade. Não deu 2 minutos e o local onde o Demetrius estava se transformou em um corredor de gente que transitava pela festa. E la vou eu tomar ombrada e esbarrão nas costas. Tento achar um lugar melhor para dançar, e logo vejo um vão no meio da pista. Vou para la correndo e começo a dançar feliz, sem ninguem me esbarrando. "Oba, uma coisa boa pelo menos..", penso feliz. Nesse momento vejo o Demetrius olhando para mim rindo e apontando para o chão...eu estava dançando em cima de uma poça de vômito! Depois de tanta desgraça junta na pista de dança, tratei de voltar ao bar para encontrar a minha amada Ju. Cheguei la, dei uma espiada, mas ela não estava. "Saco", pensei. Aproveitando a ausência da menina, fui ao banheiro tentar tirar um pouco da mancha de vinho na minha roupa. O esforço foi inutil, e o maximo que consegui foi sair com o punho da camisa encharcado, como se tivesse mijado em cima. Como a noite estava congelante, eu quase perdi a mão do punho molhado com gangrena. Mas tudo bem, a vida é bela. Volto a rodar para tentar achar a Ju. Fiquei quase 30 minutos procurando, mas não achava nem o rastro da garota. "Sera que foi embora?", indaguei a mim mesmo. Em seguida me lembro de uma conversa que tive com a Ju no dia anterior, no qual ela me garantiu que não sairia da festa antes das 6 da matina. Portanto, ainda tinha esperanças de encontra-la.

Por volta das 3 da madruga, resolvo voltar para a pista de dança. Estava cansado de tanto procurar a Ju, e era melhor descansar as pernas dançando. Logo encontro o Demetrius, que estava acompanhado daquele amigo que me alertou sobre meu "mel". Ao encontrá-los, o DJ toma vergonha na cara e começa a tocar varios hits bacanas dos anos 80, como Smiths e Soft Cell. Quando finalmente consigo ouvir e dançar musica boa (sem ninguem esbarrando em mim), olho para o lado e tenho uma surpresa: a Ju estava na pista, dançando com a turma dela. "Uhuuuu!", pensei entusiasmado. Fiquei olhando de longe, e percebi que todos os seus amigos de turma estavam de par arrumado. Ou seja, a Ju estava segurando vela no meio da galera. "Hmmmm...ela esta meio sem ambiente no meio da turma", observei. Chego de mansinho perto dela e cutuco seu ombro:

-E aí malhadora? Ralando muito na festa?
-[com um sorriso encantador] Que nada! Cansei de trabalhar, e agora eu vou é curtir a festa!
-Ah, legal...[fico olhando para o teto procurando assunto]...puxa, finalmente a sua festinha ficou legal. Me amarro em anos 80!
- É mesmo? Bem, não da pra agradar gregos e troianos..
- É verdade...

Neste momento ela corta o assunto e volta a dançar com a turma dela. Fico bem pertinho dela, e aproveito para dançar e cantar "Boys dont cry" do The Cure (o titulo dessa musica é bastante sugestivo para o que ocorreria em seguida). Bem, como tinha ficado sem assunto, fiquei do lado dela dançando com cara de bobo esperando que meu cerebro me iluminasse com alguma sugestão de papo interessante. Neste meio tempo, ela dançava animada e ás vezes me encarava rapidamente com aquela carinha de "chega mais fofinho". Estava tomando coragem para dar aquele "chega mais", quando o Demetrius me chama:

-Cara, a hora que você quiser ir em bora é so chamar...
-Ja esta a fim de ir?
-É...minhas costas estão doendo. Não aguento mais ficar em pé.
-Porra bicho, não deveria ser as suas pernas que deveriam estar doendo? Putz...

Ao final dessa conversa, volto a olhar minha gatinha-malhadora-anos-80. "Ah, quer saber? Vou ficar dançando colado nela e ver o que rola!", pensei. Quando estava me aproximando da menina para dar o bote, vejo um caro alto e com tiara branca no cabelo se aproximar e falar com ela. Ela imediatamente sorri e abraça o cara. "Hein?", foi o que veio na minha cabeça. Tentei me aliviar, respirei fundo. "Deve ser um amigo dela, ja ja o mané vai embora..." pensei. Passados alguns minutos, eles ainda permaneciam abraçados. Ela sequer olhava para o lado, apenas ficava pendurada no pescoço do cara com a cabeça encostada em seu peito, como se o cara fosse um velho amigo...ou namorado. Fiquei parado olhando a cena, meio que pasmo. Logo um gosto amargo veio na minha garganta e um frio percorre minha espinha. "Acho que me fudi..." foi meu pensamento de fim de noite. Até tentei esperar mais um pouquinho, mas eles não se desgrudavam. O mané que estava abraçando ela a encarava com um olhar tenro demais para um amigo. Enfim, eles deveriam ser mais que meros amigos. Minha boca estava seca, e o amargo na garganta estava piorando. "Cara...bora nessa", falei com Demetrius. Demetrius concorda e vamos embora. Nem tive nem coragem de olhar para tras.

No caminho do estacionamento, olho para mim mesmo e analiso a cena: um cara que vai numa festa apenas por causa de uma menina, toma um banho de vinho na roupa nova, apanha de toda a festa na pista de dança, dança em cima de uma poça de vômito e ainda aguenta assistir a sua menina amada pendurada no pescoço de um mané de tiara branca. Me vi como o proprio Charlie Brown do desenho animado, que sempre se fode. "Vai Minduim, você consegue..." foi a frase que invadiu minha mente. Ao entrar no carro, tento entender o que se passou na cabeça dessa mulher no momento que ela se pendurou no cara. Logo desisto, pois como o Leo mesmo diz, "mulher não tem logica". É verdade meu gordo amigo. O pior é que sempre me estrepo nessa.

Reinaldo, o bruto (ao som de Martin gore-oh my love. Essa musica é down pacas, tentem pegar no Kazaa)

PS: peço para qualquer mulher que leia essa materia que tente me explicar o que se passou na cabeça da menina. Mulher não tem a minima logica, mas qualquer tentativa de explicação é valida