Esquemas alternativos de Brasília
Se você é brasiliense, já deve estar careca de saber que Brasília é uma merda no que se refere a lazer, principalmente lazer noturno. Como esse blog reúne apenas desocupados de Brasília, posso dizer como um bom entendedor da cidade que o nativo tem basicamente as seguintes opções na night: um barzinho para passar o tempo ( pode ser da moda ou pé sujo); uma boate da moda (caras, lotadas de pats'n plays e com péssima musica) ou escolher um esquema alternativo para se "divertir". Como a galera já andou detonando a rodo a playbozada nesse blog, e como o Leo não teve a manha de detonar os indies como eles merecem, coube a mim a tarefa de comentar a exótica fauna dos “alternativos”.
De início, esquema alternativo que se preze tem como diferencial seu som underground e fora da moda, em geral pop-rock anos 80/90 e rock indie. Indie para quem não sabe é um termo que vem de independent, e portanto, caracteriza musica alternativa que não entra em nenhum rótulo mais comercial. Entram nessa classificação “balaio de gatos” bandas como The Hives, Strokes, White Stripes, Pixies, etc. Mas continuando...um detalhe pitoresco dos chamados esquemas alternativos é o local onde são dadas as festas, que são sempre os muquifos mais escrotos e degradantes que um ser humano poderia imaginar para dar um agito. De maneira geral os locais são: pequenos,feios,escuros,quentes e cobertos com névoa de cigarro (indie que é indie tem que fumar!). Como o som é alternativo, o público que frequenta as festas é normalmente o "dito" alternativo: góticos, punks, indies e todos os esquisitos da noite da cidade. O que mais me impressiona nesse fato é que mesmo as festas alternativas que tocam um som mais acessível (como as festinhas anos 80), acabam atraindo também essa cambada bizarra. Como consequência, temos o afastamento do público mais careta, que está atrás de um esquema diferente mas não quer ficar dançando com um monte de figura bizonha na pista de dança. Ja vi diversas vezes na entrada de festas anos 80 turmas de trintões-bem-vestidos-com-namoradas-e-amigas ficarem parados na entrada olhando com muito pavor os góticos de olhinhos pintados e punks sujos, dando meia-volta do local em menos de 5 minutos. Além dos caretas, o visual descolado da turminha costuma espantar também um público que muito me interessa: a mulherada! Sim, quando digo mulher me refiro à fêmea da espécie humana que ande bem arrumada, cheirosa, goste de se depilar e goste de macho. Como em festa alternativa a proporção homem/mulher não é das melhores, as poucas que vão são aquelas alternativas esquisitas e mal-vestidas, que não dão mole pra ninguém e que dançam como se estivessem sobre efeito de alguma droga ainda em teste no mercado; as poucas realmente bonitas estão sempre acompanhadas ou se atracando com outras gatas!
Resumindo tudo meus amigos, o que acabamos vendo nesse tipo de festinha é: as mesmas pessoas de sempre, pouca mulher e as mesmas músicas (as vezes até na mesma sequência de festas passadas!). Mas vocês devem estar se perguntando: "se as festas alternativas são uma merda, porque você vive indo nelas??". Bem, ainda tenho dois motivos: o preço é bacana (normalmente R$ 5,00) e eu gosto do som, principalmente o pop-rock anos 80 (Smiths, Cure, New Order, U2, Depeche mode...). Mas infelizmente paciência tem limite, e como pode ser lido no meu recente mail que o Leo postou por aqui, a última festinha anos 80 que fui deu por volta de 30 pessoas, com apenas 3 mulheres sozinhas!!! Fui sozinho e paguei mico sozinho, ja que meus caros amigos me abandonaram de última hora (né Leo e Daniel peronca?). Mas tudo bem...até gostaria de comentar com mais detalhes dos tipos que sempre vejo nessas festas e dos DJs picaretas que colocam qualquer porcaria para o povo dançar, mas vou deixar isso para um próximo texto. Cunetes!
PS.1: será que existe algum lugar no Brasil que tenha boa música, seja confortável e tenha muita mulher louca por cunete? Ou isso é um sonho meu?
PS.2: mesmo achando os esquemas alternativos uma merda, estou longe de virar playboy de corpo e alma como o Leo tem virado. Se não tem nada pra fazer, prefiro ficar em casa do que ter que aguentar Kelly Key remix em boate de playba!
Reinaldo, o Bruto
sexta-feira, 20 de dezembro de 2002
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