quinta-feira, 15 de março de 2007

Malditos jornalistas



(OBS: se você esteve em coma ou em alguma caverna do Paquistão e não tem a mínima idéia do que se trata o filme 300, leia essa resenha aqui)

Jornalista é mesmo uma raça do mal.

O filme 300 já estreou lá fora e uma parte da imprensa e da crítica "especializada" já está descendo a lenha. Muitos estão afirmando que o filme é nada mais que uma propaganda belicista do governo Bush. Na cabeça desse povo o rei espartano Leônidas seria o presidente Bush e o rei Xerxes representaria o Oriente Médio. Oh Deus...

Até por aqui já tem gente falando merda. Vejam essa crítica do Celso Sabadin:

http://www.cineclick.com.br/criticas/index_texto.php?id_critica=9524

Apesar de elogiar o filme, o cara solta várias pérolas no final do texto. Vou destacar algumas partes:

"Lamentável mesmo é a mensagem bélica embutida no filme. Pode-se dizer que a beleza de sua forma é inversamente proporcional à mensagem do seu conteúdo, que com o seu visual arrebatador procura vender ao público um conteúdo amargamente bélico e rancoroso. Nas entrelinhas, o filme tenta legitimar toda a violência que vem sido cometida pelo governo norte-americano, que briga, guerreia, invade e mata, sempre em nome de uma suposta liberdade. Não é nada difícil identificar as mensagens cifradas em 300:

Filme: O Rei Leônidas, de Esparta, quer guerrear contra a Pérsia, embora o político espartano Theron prefira uma saída diplomática para o impasse o qual chegaram as duas nações. Tentando legitimar sua atitude bélica, Leônidas recorre a uma espécie de conselho de magos e anciãos, como que pedindo permissão e "benção" para o ataque. O conselho rejeita. Leônidas desobedece a todos e parte para a guerra assim mesmo.

Realidade: Bush quer invadir o Iraque. Setores moderados do governo propõem outras saídas. A ONU não permite. Bush invade assim mesmo, desrespeitando abertamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

(...)

Isso sem falar que quem narra toda a história é um guerreiro que perdeu um olho durante a batalha (logo, simbolicamente, só vê um lado da questão) e a Pérsia, hoje, equivale ao Irã, um dos inimigos "da hora" de Bush. Evidentemente, no filme, o guerreiro ensandecido Leônidas é o grande herói, enquanto o supostamente moderado Theron é pintado como fraco, corrupto e covarde."

Vem cá: como é que um filme que retrata uma guerra que ocorreu em 450 A.C pode ter qualquer relação com o governo Bush? E outra: na história Leônidas defende sua terra de invasores (os persas). Logo, ele não está invadindo terras estrangeiras, mas sim defendendo A SUA terra de invasores. Então, o que o Leônidas tem a ver com o Bush?! Será que os sábios jornalistas não enxergam que quem está INVADINDO países alheios são os Estados Unidos? Ô povinho que gosta de falar merda!

Reinaldo Bruto