sábado, 25 de junho de 2005

CRÍTICA BULDOZER - Batman Begins





Finalmente a Warner tomou vergonha na cara e fez um filme decente do Batman. Não, decente é pouco...Batman Begins é O FILME do Batman! Esqueça aquela palhaçada que foram os filmes anteriores, esqueça os Bat-mamilos, o Bat-cartão de crédito e uma Gotham City que mais parece um carro alegórico de carnaval. Batman Begins mostra um Batman dark e determinado, como todo mundo queria ver nos cinemas mas a Warner não deixava (com exceção dos dois primeiros filmes, que são darks mas chatos pra cacete!).

O filme tem como diretor Chris Nolan (do excelente Amnésia) e conta a origem do Batman de uma maneira inovadora, pois a origem do personagem nunca foi esmiuçada em detalhes nos quadrinhos. No filme podemos ver como Bruce Wayne adquiriu as suas habilidades de combatente do crime, o motivo de ele vestir uma roupa inspirada em um morcego, de onde ele tira seus equipamentos, sua relação com Alfred, o início da amizade com o tenente Gordon (ele ainda não virou comissário) e tudo mais. Aliás, essa origem mostrada no filme desagradou muitos fãs xiitas do personagem (como nosso amigo Lauro Montana). Um dos motivos foi mostrar Bruce Wayne sendo treinado no oriente por um grupo de justiceiros conhecido por Liga das Sombras, liderados por...Ra's Al Gul! "Ué, mas esse Al Gul não é um dos maiores inimigos do Batman nos quadrinhos?", pode estar pensando o leitor mais atento. Sim, Ra's Al Gul é um dos maiores (e mais temidos) inimigos do Batman nos quadrinhos. A princípio a idéia me pareceu esquisita, mas ela funciona perfeitamente no filme. É com a Liga das Sombras que Bruce Wayne recebe um treinamento hiper-ultra-mega punk (aprendendo técnicas de luta, camuflagem e o escambal) e é lá que ele se desentende com Ra's Al Gul, por um motivo que não vou contar (é surpresa!). Esse desentendimento, por sinal, gera consequências terríveis para o herói no decorrer do filme.

Outra coisa que deixou os fãs de cabelo em pé foi a capa do Batman. No filme a capa não é apenas um enfeite, mas sim um protótipo de paraquedas hi-tech das empresas Wayne, capaz de fazer o Batman planar em várias partes do filme. Muita gente achou isso ridículo, mas eu, particularmente, achei bastante interessante.

É claro que o filme tem seus defeitos, mas não chega a ser nada grave. Para acabar de vez com o medo de quem for ver o filme, gostaria de tecer mais algumas considerações:

1) Batman NÃO LUTA kung-fu! Sim, com essa moda de Matrix eu já estava imaginando o Batman lutando que nem o Neo pelos becos de Gotham. Graças a Alá isso não acontece! Só para ilustrar: Batman luta uma espécie de ninjtsu turbinado, com golpes rápidos e precisos, botando os bandidos para dormir em menos de 3 golpes (bem parecido com o que rola nos quadrinhos).

2) O Espantalho é mostrado de uma maneira muita mais sinistra e interessante que nos quadrinhos. Pode ficar tranquilo que você não irá ver um imbecil vestido de espantalho correndo de um lado para o outro.

3) Gotham City ficou igual uma cidade de verdade, com prédios, becos escuros, docas e até uma favela! Não existem neons de por todo canto muito menos estátuas gigantes.

4) O Batmovel ficou perfeito. Quem se lembra do tanque mostrado na HQ Batman, o Cavaleiro das Trevas? Com certeza a inspiração desse novo Batmovel veio de lá. Sensacional!

5) No final do filme aparece uma dica de quem poderá ser o próximo vilão a aparecer na franquia. Dica: começa com CO, termina com GA e tem um RIN no meio. Quem é? Quem é? Sacaneei, heheheh...

Reinaldo, o Bruto