terça-feira, 7 de dezembro de 2004

Crítica do filme Sequestramos Augusto César




Quando o Lauro me falou que tinha feito um filme como ator principal, eu ri muito da cara dele. Pensei que fosse algum filme amador rodado no quarto de algum mané pseudo-intelectual, ou algum dos 3564 projetos inacabados do Lauro. Mas, quando ele me disse que o filme seria apresentado no 37º Festival de Cinema de Brasília, eu fiquei de cara. "É serio mesmo?" perguntei para ele. "Sim, pode acreditar!", Lauro respondeu. Depois dessa informação, eu, pela primeira vez na minha vida, dei algum crédito para o Lauro. Logo depois o Lauro me passou o site oficial do filme (clique aqui) e eu resolvi dar uma passadinha por lá para ler o roteiro e ver as fotos das filmagens. Confesso que torci o nariz para muitas partes do script e já estava preparando o meu espírito para ver uma bomba de deixar constrangido até o Afonso Brazza.

Pois bem, no último 28/11 eu fui assistir o filme no Teatro Nacional, acompanhado do Leo e da minha querida Cida. Chegamos por volta das 15 horas e tivemos que aturar a abertura do festival, a apresentação do elenco dos quatro filmes do dia e todo aquele blá blá blá de agradecimentos chatos.


Lauro (a 5ª pessoa da esquerda para a direita) com o elenco do filme no festival


Depois de aguentar um filme bobinho (Maria Morango) finalmente veio o filme do Lauro. Apesar de toda a minha apreensão, fiquei surpreso: o filme é bom! É sério!!! Mesmo com alguns probleminhas técnicos (som abafado e cenas um pouco escuras) o filme é engraçado e bem feito. Até o Lauro, que não dá uma dentro, conseguiu enganar como ator. Para quem não viu o filme, um resumo: Marcão (Lauro) é um malandro que está endividado com agiotas e com o banco e com isso, pede ajuda ao seu amigo Gugu (Edu Moraes). Como Gugu não tem R$ 20.000 para emprestar, Marcão sugere um plano: vai sequestrar Gugu de "mentirinha" e pedir R$ 20.000 de resgate para os pais de Gugu. Assim, todo mundo desembolsa uma grana e se dá bem nessa história toda. Mas o problema é que Marcão é mané demais para as coisas darem certo...

De um modo geral, o filme lembra bastante os filmes dos Trapalhões dos anos 70/80, principalmente nas cenas de perseguição e visual dos agiotas. E reparem, não estou fazendo uma comparação negativa, muito pelo contrário. Sequestramos Augusto César ficou tão divertido e engraçado quanto os filmes antigos dos Trapalhões que eu via no cinema. O Lauro atuando me lembrou muito o Mussum (reparem nele chorando), enquanto o Edu Moraes parecia interpretar o Dedé, só que numa versão mais loser. Só faltou mesmo um brutamontes careca para imitar o Sargento Pincel.


Lauro (Kid Mumu) e os Trapa-agiotas


Algumas piadas ficaram muito engraçadas (como aquela em que Marcão liga para a mãe de Gugu com a voz distorcida) e outras nem tanto (Marcão gritando "meu nome é Zé Pequeno porra!"), mas nada que estragasse os 21 minutos do filme. O diretor Guilherme Campos mostrou que tem tino para a coisa e, se tivesse mais grana, com certezia teria a manha de fazer um longa digno de estrear no circuitão.


Lauro na apresentação do filme, fingindo que pega alguém

E antes de terminar, algumas notas:

1) O filme ganhou menção honrosa no Festival de Brasília, na categoria curta, média ou longa-metragem em 16mm. Quem quiser conferir, tá aqui:

http://divirta-se.correioweb.com.br/materias.htm?codigo=1610

2) Lauro quase ganhou o prêmio de melhor ator. Quem diria, hein? Kid Mumu em ação. Cacildis!

3) Em breve terá um trailer do filme no site da produtora Lumiô. Fiquem de olho:

www.lumio.com.br

4) Mandei um mail para o diretor de Sequestramo Augusto César solicitando uma entrevista. Até agora o cara não respondeu. Seria ataque de estrelismo? Hmmmmm...mas enfim, se rolar a entrevista eu posto no Buldozer.

Reinaldo, o Bruto