quarta-feira, 22 de outubro de 2003

MELHORES MOMENTOS BULDOZER

21/02/2003- O dia mais escroto do ano!



Nessa ultima sexta-feira fiz o favor de ir comemorar o aniversario de um colega de faculdade no Caribenho, que é uma casa noturna dedidada à musica latina aqui em Brasilia. Antes que alguem me sacaneie: ODEIO MUSICA LATINA!!! É muito "arriba arriba" e cantor de bigode com peito peludo cantando musicas "calientes". Enfim, muita breguice para um estilo musical apenas. Como não queria sofrer sozinho nesse tipo de ambiente, chamei todos meus amigos (incluindo os membros fdp desse blog), que recusavam o convite logo que eu falava onde ia rolar a festinha. "Ta maluco?";"Não sei dançar aquela porra!";"Vai sozinho!";"Me chupe!", foram as frases mais ouvidas por esse pobre blogueiro. Depois de muito insistir acabei chamando duas amigas do Leo da arquitetura, que prometeram me encontrar no local por volta das 10 da noite. Menos mal.

Chegando no local, descubro que meu inteligente amigo de faculdade chamou 74 pessoas, mas reservou apenas uma mesa com 4 lugares. "Putz", pensei. Por sorte so tinham chegado eu e mais 2 amigos de faculdade. Sentei na mesa e tratei de observar o local. No telão víamos uma infinidade de clipes de cantores latinos, como Ricky Martin, Juan Miguel e uma penca de cantores de bigoge fazendo caras e bocas. É engraçado que nesses clipes sempre vemos mulheres de saia rodada ou shortinho socado na bunda fazendo poses sensuais (leia-se ficar de quatro). Na pista de dança, vários casais dançavam empolgados. Dava até a impressão de eu estar em algum concurso de dança. É impressionante como os casais faziam de tudo para aparecer e mostrar que eram os melhores da pista: davam gritinhos, jogavam as mulheres longe em piruetas malucas, batiam o pé no chão, batiam palminhas balançando a cintura; entre outras macaquices. Quando o silêncio imperou na mesa onde eu estava, tratei de andar para fazer um reconhecimento na área. A mulherada, de uma maneira geral, é bem gata; mas para chegar junto é recomendavel que se saiba dançar aquela merda (o que não é meu caso). As biritas são caras, como em todas as boas casas noturnas que se prezam. O banheiro é pequeno e fedido, como em todas as boas casas noturnas que também se prezam.

Quando ja estava perto de fugir do local, vejo minhas duas amigas da arquitetura chegando. Suspirei aliviado. Na verdade, apenas uma delas era realmente minha amiga, a outra eu conhecia apenas de vista. Depois das devidas apresentações, ficamos uma hora e meia naquele marasmo, vendo os casais saídos de Footlose dançando freneticamente e vendo um ou outro mané que não sabia dançar, mas insistia em chamar alguma coitada para a pista. Tinha um cara em especial, com cara de cubano, que dançava salsa como se estivesse dançando forró. As mulheres que dançavam com esse cara faziam uma cara de "saco cheio" indescritivel. O mais engraçado era o cubano, sempre sorridente, crente que estava abafando. Constrangedor!

Percebendo que minhas amigas estavam visivilmente entediadas, cheguei perto com uma proposta:
- Gente, bora sair daqui? Ninguem sabe dançar essas merdas e ainda esta cedo...a gente acha coisa melhor para fazer!
- É mesmo...deixa eu ligar para uns amigos da arquitetura para saber se eles têm alguma idéia boa!
- Massa!

Quando eu disse "massa", não tinha a menor ideia do buraco em que eu ia me meter. Aguardem a parte 2 desse texto para sentirem o final dessa noite Pulp fiction. Arriba arriba!


21/02/2003- O dia mais escroto do ano! (parte 2)

Pois bem, prosseguindo minha linda desventura pela noite brasiliense no fatidico dia de 21/03/2003...na porta do Caribenho, minha amiga liga para os amigos dela da arquitetura, procurando algum lugar para a gente sair. Depois de uns 5 minutos no celular, ela vira para mim e fala:
- Reinaldo...tipo assim, meus amigos estão indo pro Garagem. Bora?
- Hein?! Bem...ah, bora la!

Explico: Garagem é uma boate gay aqui de Brasília. Daí o meu "hein!?". Como eu estava num lugar que estava achando uma merda (o Caribenho), e como tinha esperanças em dar uns beijinhos na colega da minha amiga, resolvi arriscar. E isso proporciona uma pequena pausa para reflexão: uma turma da arquitetura indo na boate Garagem apenas por diversão. Depois reclamam quando falam que arquitetura so dá viado (ne Leo?).

Demoramos uns 20 minutos para chegar na tal boate peronca. A boate fica no Setor de Oficinas Sul, que de noite é uma escuridão total, o que dificulta bastante a orientação espacial de qualquer ser humano. Sinceramente, os gays escolheram o lugar mais escroto e isolado da cidade para montarem uma boate. No caminho tive até que parar num posto de gasolina próximo para perguntar como se chegava na boate. Foi muito engraçada a cara do frentista me olhando torto e explicando rápido qual era o melhor caminho (o cara devia estar pensando "mais um viado, deixa eu explicar logo antes que esse cara dê em cima de mim!"). Chegando na porta da boate, vejo a turminha da arquitetura. Depois das apresentações, fiquei batendo papo com Chupau (nome fictício), que por sinal é uma ótima pessoa: saca de musica anos 80, saca de filmes e ja me preparou para o que eu veria la dentro. Depois vejo Bornay (nome ficticio), um amigo do Leo que tinha conhecido de outras festas, que após uns minutos de papo acabo descobrindo que também era gay!!!!!!!! Fiquei chocado, o cara nem desmunhecava nem dava bandeira, mas também gostava de pica. Putz! O restante da turma era formada apenas por rapazes afeminados, que so pela jeitão ja dava para sacar de que fruta eles gostavam (banana, claro).

Entrando no recinto, vejo varios posteres de homens musculosos em poses sensuais. No bar, tentei tomar um guaraná, mas fiquei feliz com água mineral. Era tudo caro, como sempre. Chegando na pista de dança, a galera fez um circulo e ficou dançando alegremente a dance music tocada pelo DJ. Fiquei bem proximo de Chupau, que me avisou que nas sextas sempre rola um som flashback, com muita musica dos anos 80 e 70. Nesse papo com Chupau, observo que seu namorado (um gordinho nerds, parece o Leo) ficou me encarando com uma cara muito estranha. Se ele estava dando em cima ou não eu vou ficar na duvida. Mas enfim. Por volta da 1 da manhã a boate lotou. Eram homens de todos os tipos (marombeiros, gordos, jovens, coroas...), juntamente com uma penca de mulheres e alguns travestis. A pista de dança era o proprio corredor do inferno, com todo mundo se beijando e se esfregando. Viado se esfregava em viado, viado se esfregava em mulher (!), e mulher se esfregava em mulher. Um caos! Aproveitando o clima de putaria no ar, fui tentar dar em cima da colega da minha amiga, que simplesmente me ignorou e foi dar em cima dos viados marombeiros. Isso sim foi o cumulo do desprezo!!! Snif, snif...

Como me senti ignorado por todos na rodinha, fui dar uma volta pela boate. Subi uma escadaria que dava num mezanino, onde reparei que dois casais se agarravam loucamente. Fiquei bem proximo vendo o couro comer...a mulher beijava o namorado, depois beijava a namorada do outro cara, depois beijava o outro cara, e finalmente era todo mundo com todo mundo. O amasso estava tão forte que o segurança foi separar a "briga" umas duas vezes. Loucura total! Como também fui ignorado pelos casais, desci na pista de dança novamente. Toda mulher que eu encarava ja tinha uma namorada. A turminha da arquitetura não estava muito a fim de bater papo...enfim, logo me senti um peixe fora d'água no ambiente. Para fechar com chave de ouro a escrotidão, tive que aturar os dançarinos musculosos dançando em palanques supensos com uniforme de exercito. ARRGH!!!! Os caras faziam caras e bocas, mostravam os pentelhos do pau, a bunda...é muita violência visual para um heterossexual aturar! Logo que avistei minha amiga, falei que estava indo embora. Ela perguntou se eu tinha ficado puto com o local, e eu falei apenas "ah, que nada, normal!". Normal é o caralho, nunca mais volto naquela merda. Dia seguinte descubro que minha amiga e sua respectica colega conseguiram dar uns amassos em dois caras. Se elas gostam de beijar pinto de tabela o problema é delas...


Reinaldo, o Bruto