domingo, 22 de junho de 2003

Eu fui na festa da Arquitetura!

Ontem fui na famosa e badaladíssima festa do curso de Arquitetura da UnB. A festinha ocorreu no Centro comunitário (uma "tenda" que se parece com aquele sutiã pontudo da Madonna), e fui acompanhado de mais 3 amigos: o bailarino Demetrius, o amazonense bizarro Daniel e o DJ-panfleteiro-e-underground-mor Lauro Montana. Sinceramente, queria entender o porquê dessa festa ser tão badalada e cultuada assim. Uma festa organizada por um curso que é composto em sua maioria por gays pseudo-intelectuais maconheiros (não necessariamente nessa ordem) e por patricinhas esnobes, não pode dar muita coisa que preste. Mas por incrível que pareça, as festas da arquitetura sempre lotam. Sempre. De qualquer maneira, so fui na festa porque o Leo estava vendendo ingresso antecipado por um preço menor e ia trabalhar por la de qualquer modo. Se não fosse por isso, acho que não teria perdido uma preciosa noite de sono para ouvir musica chata e passar frio de graça.

De início, vamos comentar a decoração cool da festinha: várias esculturas de papelão imitando prédios; vários trambolhos de papelão pendurados no teto que se pareciam com prédios (ou pênis alegóricos, sabe-se lá); cartazes pintados com paisagens urbanas e escritos em latim (olha a viadagem...); alguns bonecos de cartolina pendurados no teto e dois telões, onde eram projetadas imagens de paisagens urbanas e videos de luta de sumô. Antes que alguem me pergunte o que uma luta de sumô tem a ver com uma festa de arquitetura, so respondo uma coisa: perguntem para o Leo. Ou passem no departamento deles e perguntem para algum rapaz afeminado o motivo do vídeo, e aguardem uma explicação "cabeça". De qualquer modo, tínhamos um visual moderninho que era bem a cara dos boiolas da ai-que-ternura. Agora, comentemos do som. A festinha era dividida em 3 ambientes, como sempre acontece. Os ambientes foram divididos em: musica eletrônica; forró e um ambiente toca-tudo (pop-rock de várias épocas). Ao chegarmos na festinha, nos dirigimos logo para o ambiente toca-tudo, que estava tocando muita coisa legal (Smiths, Cure, Clash,etc). Para nossa surpresa, quando o som estava agitando todos na pista, o som é cortado das caixas e uma banda sobe no palco. Depois de uns 15 minutos testando o som, e perguntando coisas estupidas como "ei, vocês estão nos ouvindo?Da pra ouvir minha voz?", a banda começa a tocar. Para o meu desespero, a banda so tocava hits de discoteca. DISCOTECA!!!! Puta merda, discoteca é som para viado! Sinto muito quem curte esse estilo de musica, mas ouvir It's rainning men e YMCA fazendo coreografia e soltando risadinhas pode ser normal e divertido para o circulo interno (sem trocadilhos) dos estudantes de arquitetura, mas não para mim. E so para eles mesmo. Depois de sentir nauseas com aquele som boiola, chamo meus colegas e nos dirigimos para o ambiente de musica eletrônica. Chegando la, a musica estava chata pacas. O som que rolava era uma mistura de black-music com techno, e o DJ não tocava nada além disso. Novamente saímos e nos dirigimos para o ambiente de forró. Mas por algum motivo além da compreensão humana, o ambiente de forró estava tocando...SAMBA! Putz! Quem sabe dançar direito essa merda?? Eu mal sei dançar forró, e os caras inventam de colocar samba. Tinha que ser esse povinho da arquitetura. Resultado: todo mundo de braço cruzado na pista de forró, enquanto alguns gatos pingados arriscavam uns passinhos de samba. Me retirei do ambiente "forró" e voltei para o ambiente toca-tudo, onde tinhamos ainda a ilustre banda de disco animando(?) o ambiente. Depois soube que entrou uma banda de forró no ambiente de forró, mas fiquei sem saco para voltar.

Como o som da festa ja tinha me desanimado, fiquei parado tratando de espiar as pessoas e o ambiente. Ficaram ao meu lado Daniel e Hugo, um amigo de florestal que achei pela festa. A festa estava lotada, mas até que dava para circular com certa tranquilidade. Tinha muita mulher bonita; muitas acompanhadas, mas nada que estragasse o clima. O numero de homens por metro quadrado era assustador, maior até que a densidade de qualquer quartel do exercito. Mas também era um detalhe que não chegava a incomodar muito. E falando na mulherada, era incrivel a animação do amazonense:

-Daniel, o que você acha dessas duas meninas do nosso lado?
-Trucido fácil. Quero ir embora.
-Já?
-Estou com soninho...me abraça...[fazendo cara de carente]
-Depois. E aquelas ali?
-É.Quero ir embora...

No meio desse empolgante papo chega Demetrius, com uma cara meio grogue. Ficamos nesse marasmo sem assunto, até que a banda disco acabou o show e o som mecânico voltou a tocar. A musica estava legal, mas o estrago no meu ânimo ja estava feito. Antes de irmos embora, observo duas coisas bem interessantes:

1) Duas mulheres que estavam proximas de nós observavam sem parar um cara boa-pinta que estava atras da gente. As moças eram bem altas e magras, e tinham rostos lindos. Tinham a maior pinta de modelo. Pois bem, depois de secarem com o olhar o bonitão atras da gente, a morena toma coragem e chega junto do cara. Rola um papinho, mas o cara nem da muita trela. Ela volta meio triste e cochicha algo no ouvido da amiga loira. Logo esquecem do bonitão e vão bater papo com um grupo de amigos. O curioso é que chegaram junto do bonitão mais umas 4 meninas, e ele não deu bola pra nenhuma. Malditas bichas!

2) Duas meninas meio feinhas chegam junto do Demetrius pedindo por fogo. Ele faz cara de bobo e diz que não tem. Depois elas emendam assunto dizendo que queriam apresentar uma amiga delas, que era até bonitinha por sinal. O meu ilustre bailarino diz que esta com sono e que ja esta indo embora. As mulheres saem com cara de sem-graça. Malditas bichas!!!

Depois dessa amostra de masculinidade em estado bruto, resolvo me mandar. Ligo para o celular do Lauro, que estava se amassando com uma ex-ficante dele. Ele diz para eu esperar 5 minutos, mas acaba demorando 30 minutos. Impressionante, isso é coisa que so o Lauro é capaz de aprontar. Mas enfim, acho que vou pensar umas 3 vezes antes de ir na proxima festinha desse curso peronca...

Reinaldo, o Bruto