segunda-feira, 3 de março de 2003

21/02/2003- o dia mais bizarro do ano! (parte 2)

Pois bem, prosseguindo minha linda desventura pela noite brasiliense no fatidico dia de 21/03/2003...na porta do Caribenho, minha amiga liga para os amigos dela da arquitetura, procurando algum lugar para a gente sair. Depois de uns 5 minutos no celular, ela vira para mim e fala:
- Reinaldo...tipo assim, meus amigos estão indo pro Garagem. Bora?
- Hein?! Bem...ah, bora la!

Explico: Garagem é uma boate gay aqui de Brasília. Daí o meu "hein!?". Como eu estava num lugar que estava achando uma merda (o Caribenho), e como tinha esperanças em dar uns beijinhos na colega da minha amiga, resolvi arriscar. E isso aqui proporciona uma pequena pausa para reflexão: uma turma da arquitetura indo na boate Garagem apenas por diversão. Depois reclamam quando falam que arquitetura so da viado.

Demoramos uns 20 minutos para chegar na tal boate peronca. A boate fica no Setor de Oficinas Sul, que de noite é uma escuridão total, o que dificulta bastante a orientação espacial de qualquer ser humano. Sinceramente, os gays escolheram o lugar mais escroto e isolado da cidade para montarem uma boate. No caminho parei até num posto de gasolina próximo para perguntar como se chegava la...muito engraçada a cara do frentista me olhando torto e explicando rápido qual era o melhor caminho (o cara devia estar pensando "mais um viado, deixa eu explicar logo antes que esse cara dê em cima de mim!"). Chegando na porta da boate, vejo a turminha da arquitetura. Depois das apresentações, fiquei batendo papo com Chupau (nome fictício), que por sinal é uma ótima pessoa: saca de musica anos 80, saca de filmes e ja me preparou para o que eu veria la dentro. Depois vejo Bornay (nome ficticio), um amigo do Corba que tinha conhecido de outras festas, que após uns minutos de papo acabo descobrindo que também era gay!!!!!!!! Fiquei chocado, o cara nem desmunhecava nem dava bandeira, mas também gostava de pica. Putz! O restante da turma era formada apenas por rapazes afeminados, que so pela jeitão ja dava para sacar de que fruta eles gostavam (banana claro).

Entrando no recinto, vejo varios posteres de homens musculosos em poses sensuais. No bar, tentei tomar um guaraná, mas fiquei feliz com água mineral (tudo caro, como sempre). Chegando na pista de dança, a galera fez um circulo e ficou dançando alegremente a dance music tocada pelo DJ. Fiquei bem próximo de Chupau, que me avisou que nas sextas sempre rola um som flashback (anos 80 e 70). Nesse papo com Chupau, observo que seu namorado (um gordinho nerds, parece o Corba) ficou me encarando com uma cara muito estranha. Se ele estava dando em cima ou não eu vou ficar na duvida. Mas enfim. Por volta da 1 da manhã a boate lotou. Eram homens de todos os tipos (marombeiros, gordos, jovens, coroas...), juntamente com uma penca de mulheres e alguns travestis. A pista de dança era o proprio corredor do inferno, com todo mundo se beijando e se esfregando. Viado se esfregava em viado, viado se esfregava em mulher (!), e mulher se esfregava em mulher. Um caos! Aproveitando o clima de putaria no ar, fui tentar dar em cima da colega da minha amiga, que simplesmente me ignorou e foi dar em cima dos viados marombeiros. Isso sim foi o cumulo do desprezo!!! Snif, snif...

Como me senti ignorado por todos na rodinha, fui dar uma volta pela boate. Subi uma escadaria que dava num mezanino, onde reparei que dois casais se agarravam loucamente. Fiquei bem proximo vendo o couro comer...a mulher beijava o namorado, depois beijava a namorada do outro cara, depois beijava o outro cara, e finalmente era todo mundo com todo mundo. Amigos, o amasso tava tão forte que o segurança foi separar "a briga" umas duas vezes. Loucura total! Como também fui ignorado pelos casais, desci na pista de dança novamente. Toda mulher que eu encarava ja tinha uma namorada. A turminha da arquitetura não estava muito a fim de bater papo...enfim, me senti um peixe fora d'água no ambiente. Para fechar com chave de ouro a escrotidão, tive que aturar os dançarinos musculosos dançando em palanques supensos com uniforme de exercito. ARRGH!!!! Os caras faziam caras e bocas, mostravam os pentelhos do pau, a bunda...é muita violência visual para um heterossexual, colegas! Logo que avistei minha amiga, falei que estava indo embora. Ela perguntou se eu tinha ficado puto com o local, e eu falei apenas "ah, que nada, normal!". Normal é o caralho, nunca mais volto naquela merda. Dia seguinte descubro que minha amiga e sua respectica colega conseguiram dar uns amassos em dois caras. Se elas gostam de beijar pinto de tabela o problema é delas...


Reinaldo, o Bruto