sábado, 30 de novembro de 2002

Bem, galera, agora que meu computador voltou do conserto, vamos fazer uma seção revival da homepage GordosCult HP...vou publicar aqui, aos poucos, os textos que produzi para lá, modéstia à parte, bem legais...o de hoje é uma crítica do filme "Corpo Fechado", do Shayamalan...que admirava até ele fazer o imbecilíssimo "Sinais". Taí a crítica, para quem ainda não viu, é uma boa pedida de vídeo. Com vocês:

Corpo Fechado (Unbreakable)

Estrelando Bruce Willis, Samuel L. Jackson, e dirigido por M. Night Shayamalan, o mesmo diretor do aclamado Sexto Sentido, é um filme antes de tudo controverso. Sendo sincero, jamais ouvi opiniões tão contraditórias sobre o mesmo filme. Elogiado pela crítica do CorreioWeb e destruído pela do Correio Braziliense, é uma das provas de que crítico não serve para nada - a não ser, naturalmente, críticos gordos e desocupados que mantém páginas de crítica amadora e inconseqüente na Internet: esses são inteligentes, têm um trabalho brilhante e diferente, são gostosinhos, bons de cama e tchap-tchura – entenderam, meninas? Quanto aos críticos comuns, eles jamais chegam a um consenso – ainda bem, senão todos os filmes seriam iranianos ou franceses – e em geral têm pouco mais de um metro e meio de altura, o que demonstra claramente porque escolheram a profissão de crítico.

Corpo Fechado, de qualquer maneira, é um filme baseado na cultura dos quadrinhos. David ( Bruce Willis ), um segurança de estádio de futebol americano, após tornar-se o único sobrevivente de um desastre de trem começa a desconfiar que é invulnerável. Quem o alerta para isso é Elijah ( Samuel L. Jackson ), um sujeito com uma doença óssea que fez das HQ’s uma verdadeira obsessão. Apresenta uma louca (?) teoria sobre David, dentro de um plano universal, ter como destino o super-heroísmo. Como de praxe, Jackson atua brilhantemente em seu papel, enquanto Bruce Willis só tem umas duas ou três expressões faciais, o que não diminui a qualidade do filme.

Shayamalan novamente fez bonito no cinema, com um roteiro original e trama bem elaborada. O final também é bem bacana, e é contra a ética gordocult contá-lo – embora até hoje o Momo Sumô seja puto comigo porque eu revelei a ele o vilão de Watchmen antes dele terminar de ler. Aliás, agora lembrei que contei para um outro amigo meu – dessa vez sem querer – o final de Zero Hora. Mas até aí tudo bem, Zero Hora é uma bosta mesmo...não há muito a ser dito sobre Corpo Fechado que não estrague um pouco do filme. Embora não seja um filme de mistério, ele trabalha através de pequenas pistas e revelações que vão dando o gostinho do filme à medida em que ele passa. Não é um típico filme americano com início, clímax, anticlímax e um final que qualquer ostra pode adivinhar. É uma história diferente – sem exotismos – e bem articulada, que com um pouco de exagero traz à América algo da tranqüilidade de roteiro dos bons filmes europeus, ou seja, sem inúteis perseguições de carros, elevadores sabotados, explosões de andares ou trepadas sem contexto. Não tem os ingredientes idiotas de todo enlatado americano, enfim, e ao mesmo tempo não é parado como os enlatados europeus.

Essa resenha tem menos por objetivo explicar o filme do que incitá-lo a vê-lo. Não se importe com críticos imbecis. Ouça a advertência do crítico do CorreioWeb– que sabiamente (apenas para confirmar a regra) nos adverte que o filme não é um outro Sexto Sentido, e assista-o. Se você for uma pessoa comum, provavelmente vai gostar; se for um sábio erudito ( fã de quadrinhos ), a gente te garante uma ótima sessão.

Leo